terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Padilha comete alta traição no Planalto (nenhuma surpresa)

Por J. Carlos de Assis (Economista e jornalista)

A Presidência da República, por meio do suspeito de múltiplos atos de corrupção Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, está interferindo diretamente numa concorrência na Europa para compra, por US$ 300 milhões, de serviços de sensoriamento remoto por satélite que por lei deveriam ser restritos a empresas nacionais, salvo raras exceções. De acordo com o jornal “Valor”, comentado pelo jornalista Mauro Santayana, a Casa Civil determinou à Comissão Aeronáutica Brasileira na Europa-CABE que contrate os serviços com urgência, no menor prazo possível admitido pela Lei de Licitações, cinco dias.
A divisão de licitação e contratos da Aeronáutica considerou a abertura de concorrência no exterior, regida por leis internacionais, “desarrazoada”, “desproporcional” e “ilegal” do ponto de vista administrativo, já que os licitantes deveriam ser “empresas brasileiras inscritas no Ministério da Defesa”. Tudo leva a crer que a iniciativa de Padilha, um dos indigitados na Lava Jato por vender medidas provisórias e decretos, tem por fim facilitar a vitória na licitação de alguma empresa estrangeira, notadamente norte-americana, somando-se a outros atos de traição da pátria para obtenção de propina já conhecidos.
A operação desses satélites sob gestão estrangeira é uma violação direta da soberania nacional. Dados do território e do mar territorial brasileiro ficariam sob controle estrangeiro, embora às nossas custas. É um escárnio. Faz parte do processo de destruição da infraestrutura e modernização das Forças Armadas, iniciada esta pelo Governo Lula.
Desviada de seus objetivos originais de combate à corrupção, a Lava Jato tornou-se o braço operacional da CIA e do Departamento de Estado para promover essa destruição, começando pelo submarino nuclear e, agora, a tentativa de levantar suspeição sobre a compra dos jatos suecos.
Está muito claro esse processo de sucateamento das Forças Armadas pelos deuses de Curitiba, que acham que são senhores do bem e do mal, sem prestar contas a ninguém. Eles são os responsáveis pelo projeto fascista supostamente anticorrupção que mandaram para a Câmara e pela procrastinação da votação do projeto sobre abuso de autoridade, adiado no Senado contra a opinião do relator, senador Requião. Agora tentam imputar a Lula, quando já estava fora do Governo, interferência indevida na compra dos jatos suecos pela Força Aérea. Então seriam também corruptos todos os oficiais da Força Aérea que participaram da compra?
Evidentemente que há não um dedo, mas a mão inteira da CIA e do Departamento de Estado norte-americano nessas articulações para violar e pisotear a soberania brasileira a partir do sucateamento das Forças Armadas.  Os americanos, sob os Clinton, foram implacáveis. Se não tinham, em países como o Brasil, escravos absolutos como Fernando Henrique Cardoso, tratavam de sabotar nossas tentativas de desenvolvimento a fim de se apossarem de nossas riquezas, notadamente do pré-sal. Enquanto isso a sociedade idiotizada aplaude os deuses de Curitiba e seus feitos anticorrupção, como se não houvesse o crime de traição da pátria, independentemente da rotina de corrupção.
Resta saber por que uma nação “amiga” como os Estados Unidos viola de forma tão escancarada nossa soberania. A resposta é simples: do ponto de vista econômico é a avareza em relação ao pré-sal; do ponto de vista geopolítico e geoeconômico, é uma reação impertinente a nossa ousadia em termos ajudado a arquitetar os BRICS e, em especial, o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS. Isso pareceu inaceitável para os EUA. Por isso espionaram a Petrobrás. Por isso espionaram Dilma. Agora ficaram tranquilizados com Temer e sua quadrilha porque podem levar tudo, inclusive o pré-sal, praticamente de graça. Paradoxalmente, quem vai nos ajudar a nos livrar dessa gang é ninguém menos que Donald Trump, o paladino da economia real e terror do capital financeiro especulativo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário