do site Carta Maior
Além da pressão política, os dois maiores bancos privados do país anunciam a redução de suas taxas de juros para não perder clientes. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, temor é que se repita 2008, quando, diante do início da crise internacional, Itaú Unibanco e Bradesco restringiram o crédito e perderam mercado para Banco do Brasil e Caixa. Com juro mais baixo, em seis dias o BB já elevou em 45% a concessão de crédito pessoal.
Marcel Gomes
Data: 18/04/2012 São Paulo - Além da pressão política, Itaú Unibanco e Bradesco anunciaram redução de suas taxas de juro, nesta quarta-feira (18), para evitar a perda de clientes para Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal.
Os dois bancos públicos haviam sido os primeiros a responder à cruzada da presidenta Dilma Rousseff contra os altos spreads bancários do país, o que resultou em aumento da concessão de crédito por suas agências.
Segundo nota divulgada pelo BB nesta quarta-feira, desde o último dia 12 sua liberação de crédito para aquisição de veículos cresceu 93%, com média diária de desembolso de R$ 21,3 milhões. Também houve avanço em linhas de crédito pessoal, cujo volume de desembolso diário cresceu 45% em relação à média de março, para R$ 278 milhões.
"Itaú e Bradesco não querem repetir 2008", explica à Carta Maior Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, a Anefac. Naquela época, as instituições privadas restringiram o crédito, diante da eclosão da crise financeira internacional - ao contrário dos bancos públicos, que aproveitaram para ampliar suas carteiras de crédito.
Desta vez, Itaú Unibanco e Bradesco também resistiam à baixar o juro. A alegação dos dois maiores bancos privados do país, transmitida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) na semana passada, era a de que o governo precisava fazer sua parte, reduzindo impostos e o compulsório - a parcela dos depósitos que é retida pelo Banco Central.
A cobrança gerou indignação no Ministério da Fazenda, que considera não haver justificativa técnica para o país ser um dos campeões mundial de spread bancário. Mas a informação de que o aumento da concessão de crédito nos bancos públicos, inclusive entre clientes das instituições privadas, indicava que a resistência seria breve.
Menos juro
HSBC e Santander foram os primeiros bancos privados a reduzir o juro. Agora chegou a vez dos dois maiores. Sem mencionar a pressão do governo, o Itaú anunciou nesta quarta-feira que todos os clientes com conta corrente terão o benefício de redução de taxas para financiamento de veículos e no crédito consignado para o INSS.
No caso dos veículos, a nova taxa mínima será de 0,99%. Para crédito consignado, 0,89%. Os juros do cartão crédito e do cheque especial também foram cortados, mas para clientes que aderirem a novos pacotes de serviço. As novas opções estarão disponíveis a partir da próxima segunda (23).
O Bradesco também anunciou redução dos juros em nota oficial. A taxa para financiamento de veículo caiu para 0,97%, a do crédito consignado para 0,90%, e a do cartão de crédito em parceria com grandes varejistas para um piso de 2,49% ao mês. Micro e pequenas empresas também serão beneficiadas.
"Com a redução dos spreads, acreditamos que damos mais uma contribuição para o processo de transformação e desenvolvimento nacional”, afirmou protocolarmente Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco. Um gerente de agência consultado pela Carta Maior disse que ainda não havia sido informado das mudanças, mas que isso deveria ocorrer até o final da semana.
Os dois bancos públicos haviam sido os primeiros a responder à cruzada da presidenta Dilma Rousseff contra os altos spreads bancários do país, o que resultou em aumento da concessão de crédito por suas agências.
Segundo nota divulgada pelo BB nesta quarta-feira, desde o último dia 12 sua liberação de crédito para aquisição de veículos cresceu 93%, com média diária de desembolso de R$ 21,3 milhões. Também houve avanço em linhas de crédito pessoal, cujo volume de desembolso diário cresceu 45% em relação à média de março, para R$ 278 milhões.
"Itaú e Bradesco não querem repetir 2008", explica à Carta Maior Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, a Anefac. Naquela época, as instituições privadas restringiram o crédito, diante da eclosão da crise financeira internacional - ao contrário dos bancos públicos, que aproveitaram para ampliar suas carteiras de crédito.
Desta vez, Itaú Unibanco e Bradesco também resistiam à baixar o juro. A alegação dos dois maiores bancos privados do país, transmitida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) na semana passada, era a de que o governo precisava fazer sua parte, reduzindo impostos e o compulsório - a parcela dos depósitos que é retida pelo Banco Central.
A cobrança gerou indignação no Ministério da Fazenda, que considera não haver justificativa técnica para o país ser um dos campeões mundial de spread bancário. Mas a informação de que o aumento da concessão de crédito nos bancos públicos, inclusive entre clientes das instituições privadas, indicava que a resistência seria breve.
Menos juro
HSBC e Santander foram os primeiros bancos privados a reduzir o juro. Agora chegou a vez dos dois maiores. Sem mencionar a pressão do governo, o Itaú anunciou nesta quarta-feira que todos os clientes com conta corrente terão o benefício de redução de taxas para financiamento de veículos e no crédito consignado para o INSS.
No caso dos veículos, a nova taxa mínima será de 0,99%. Para crédito consignado, 0,89%. Os juros do cartão crédito e do cheque especial também foram cortados, mas para clientes que aderirem a novos pacotes de serviço. As novas opções estarão disponíveis a partir da próxima segunda (23).
O Bradesco também anunciou redução dos juros em nota oficial. A taxa para financiamento de veículo caiu para 0,97%, a do crédito consignado para 0,90%, e a do cartão de crédito em parceria com grandes varejistas para um piso de 2,49% ao mês. Micro e pequenas empresas também serão beneficiadas.
"Com a redução dos spreads, acreditamos que damos mais uma contribuição para o processo de transformação e desenvolvimento nacional”, afirmou protocolarmente Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco. Um gerente de agência consultado pela Carta Maior disse que ainda não havia sido informado das mudanças, mas que isso deveria ocorrer até o final da semana.
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