Em visita oficial aos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff criticou a política cambial adotada pelos países ricos, que prejudica o crescimento dos emergentes, entre os quais o Brasil. E cobrou do presidente Barack Obama, que a recebeu em audiência, na Casa Branca, nesta segunda (9), a construção de uma política de investimentos que equilibre essa expansão monetária.
Najla Passos
Data: 09/04/2012 Em visita oficial aos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff criticou a política cambial adotada pelos países ricos que, para driblar a crise internacional, desvalorizam excessivamente suas moedas, prejudicando o crescimento dos emergentes, entre os quais o Brasil. E cobrou do presidente Barack Obama, que a recebeu em audiência, na Casa Branca, nesta segunda (9), a construção de uma política de investimentos que equilibre essa expansão monetária.
“Discutimos a nossa preocupação diante da crise internacional que levou instabilidade, baixo crescimento e desemprego a várias regiões do mundo. E também manifestamos que reconhecemos o papel dos bancos centrais, especialmente, nos últimos meses, do Banco Central europeu, em impedir uma crise de liquidez de altas proporções, afetando a todos os países. Mas também manifestamos para o presidente a preocupação do Brasil com a expansão monetária, sem que os países com superávits equilibrem essa expansão monetária com políticas fiscais baseadas na expansão dos investimentos”, afirmou, acompanhada de Obama, em pronunciamento à imprensa, ao final da reunião.
De acordo com a presidenta, o papel dos Estados Unidos é primordial para a retomada do crescimento. “A grande flexibilidade da economia norte-americana, a liderança na área de ciência, tecnologia e inovação tida pelos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, as forças democráticas que fundam a nação americana tornam importante, tanto na contenção da crise quanto na retomada da prosperidade. Os países do BRICS [bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] respondem, hoje, por uma parte muito expressiva do crescimento econômico, mas é importante perceber que a retomada do crescimento, num horizonte de médio prazo, passa também pela retomada expressiva do crescimento americano”, continuou ela.
Ainda sobre questões multilaterais, a presidenta disse à imprensa que conversou com Obama sobre a IV Cúpula das Américas, que acontece no próximo final de semana, em Cartagena, na Colômbia. A presidenta afirmou que a Cúpula irá discutir estratégias para aprofundar a integração entre os países, expandir os mercados internos e evitar as políticas protecionistas, “principalmente às voltadas ao câmbio”. E, também, traçar estratégias para combater o tráfico internacional de drogas.
Dilma Rousseff também destacou a importância da reunião do programa Governo Aberto, que será realizada em Brasília, no próximo dia 17. E para a qual a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, já confirmou presença. “Nós consideramos essa política de governo aberto essencial para o combate à corrupção, a garantia de maior transparência e também de maior eficiência no gasto público, na medida que se melhora a possibilidade de avaliação e monitoramento. Eu considero que isso contribui, também, fortemente, para a democracia em nosso país. E também, o acesso do cidadão à informação que lhe é devida”.
A Conferência Mundial do Meio Ambiente, a Rio + 20, que será realizada em junho, foi outro tema que entrou na pauta. “Eu tenho certeza que a cooperação entre o Brasil e também o nosso estreito relacionamento e parceria são muitos importantes para o nosso país, mas também para um desenvolvimento, no século XXI, que se caracteriza, como é o tema da Rio+20, para qual eu convidei o presidente Obama, que é crescer, incluir e sermos capazes de conservar e proteger o meio ambiente, que é, nada mais, nada menos, a definição de desenvolvimento sustentável”.
A reunião de Dilma com Obama durou cerca de 1h30, tempo em que eles discutiram também as relações bilaterais entre os dois países. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Os Estados Unidos foram o 2º principal parceiro comercial brasileiro em 2011, após a China. Entre 2007 e 2011, o intercâmbio comercial brasileiro com o país cresceu 37%, passando de US$ 44 bilhões para US$ 60 bilhões.
“O investimento brasileiro nos Estados Unidos, o investimento direto, já chega a 40% do total do investimento americano no Brasil. Todas essas relações apresentam resultados muito importantes, mas, ao mesmo tempo, demonstram que nós estamos aquém das nossas possibilidades. Tanto o Brasil como os Estados Unidos têm áreas estratégicas nas quais cooperar, ou melhor, aprofundar a sua cooperação”, comentou a presidenta. Conforme ela, a realização da Copa do Mundo, das Olimpíadas e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) abrem amplas oportunidades de investimentos no país.
“Discutimos a nossa preocupação diante da crise internacional que levou instabilidade, baixo crescimento e desemprego a várias regiões do mundo. E também manifestamos que reconhecemos o papel dos bancos centrais, especialmente, nos últimos meses, do Banco Central europeu, em impedir uma crise de liquidez de altas proporções, afetando a todos os países. Mas também manifestamos para o presidente a preocupação do Brasil com a expansão monetária, sem que os países com superávits equilibrem essa expansão monetária com políticas fiscais baseadas na expansão dos investimentos”, afirmou, acompanhada de Obama, em pronunciamento à imprensa, ao final da reunião.
De acordo com a presidenta, o papel dos Estados Unidos é primordial para a retomada do crescimento. “A grande flexibilidade da economia norte-americana, a liderança na área de ciência, tecnologia e inovação tida pelos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, as forças democráticas que fundam a nação americana tornam importante, tanto na contenção da crise quanto na retomada da prosperidade. Os países do BRICS [bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] respondem, hoje, por uma parte muito expressiva do crescimento econômico, mas é importante perceber que a retomada do crescimento, num horizonte de médio prazo, passa também pela retomada expressiva do crescimento americano”, continuou ela.
Ainda sobre questões multilaterais, a presidenta disse à imprensa que conversou com Obama sobre a IV Cúpula das Américas, que acontece no próximo final de semana, em Cartagena, na Colômbia. A presidenta afirmou que a Cúpula irá discutir estratégias para aprofundar a integração entre os países, expandir os mercados internos e evitar as políticas protecionistas, “principalmente às voltadas ao câmbio”. E, também, traçar estratégias para combater o tráfico internacional de drogas.
Dilma Rousseff também destacou a importância da reunião do programa Governo Aberto, que será realizada em Brasília, no próximo dia 17. E para a qual a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, já confirmou presença. “Nós consideramos essa política de governo aberto essencial para o combate à corrupção, a garantia de maior transparência e também de maior eficiência no gasto público, na medida que se melhora a possibilidade de avaliação e monitoramento. Eu considero que isso contribui, também, fortemente, para a democracia em nosso país. E também, o acesso do cidadão à informação que lhe é devida”.
A Conferência Mundial do Meio Ambiente, a Rio + 20, que será realizada em junho, foi outro tema que entrou na pauta. “Eu tenho certeza que a cooperação entre o Brasil e também o nosso estreito relacionamento e parceria são muitos importantes para o nosso país, mas também para um desenvolvimento, no século XXI, que se caracteriza, como é o tema da Rio+20, para qual eu convidei o presidente Obama, que é crescer, incluir e sermos capazes de conservar e proteger o meio ambiente, que é, nada mais, nada menos, a definição de desenvolvimento sustentável”.
A reunião de Dilma com Obama durou cerca de 1h30, tempo em que eles discutiram também as relações bilaterais entre os dois países. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Os Estados Unidos foram o 2º principal parceiro comercial brasileiro em 2011, após a China. Entre 2007 e 2011, o intercâmbio comercial brasileiro com o país cresceu 37%, passando de US$ 44 bilhões para US$ 60 bilhões.
“O investimento brasileiro nos Estados Unidos, o investimento direto, já chega a 40% do total do investimento americano no Brasil. Todas essas relações apresentam resultados muito importantes, mas, ao mesmo tempo, demonstram que nós estamos aquém das nossas possibilidades. Tanto o Brasil como os Estados Unidos têm áreas estratégicas nas quais cooperar, ou melhor, aprofundar a sua cooperação”, comentou a presidenta. Conforme ela, a realização da Copa do Mundo, das Olimpíadas e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) abrem amplas oportunidades de investimentos no país.
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