Por José Carlos de Assis, no Jornal GGN
O aumento de impostos para reduzir o déficit público é uma dessas
demonstrações de estupidez da política econômica neoliberal que mostra o
descompasso entre classes dominantes, donas dos meios de produção, e as
elites dirigentes, que governam em seu nome. Uma política econômica
progressista admitiria sem maiores problemas crescimento de déficit
público e rejeitaria o aumento de impostos. A estupidez neoliberal
propõe o oposto.
É muito importante que as elites dirigentes continuem estúpidas. A receita keynesiana para superação do desastre econômico em que nos encontramos pressupõe o gasto público deficitário, convertido em compras reais de bens e serviços pelo governo. Busca-se, com isso, estimular a economia, a demanda, o investimento, o emprego. Entretanto, esse déficit será inútil para o crescimento se for “queimado” na ciranda financeira.
Nossa sorte é que o contador Henrique Meirelles, tão ignorante de economia como o próprio Michel Temer, esteja afogado em ideologia neoliberal de tal forma que acredita que o déficit público é sempre prejudicial. Bom mesmo é o equilíbrio orçamentário, diz ele, que para isso fez a emenda do congelamento dos gastos públicos por 20 anos. A partir dele o empresariado adquire “confiança” no governo e, em seguida, começa a recuperação econômica. Acreditar nisso é como acreditar em Branca de Neve e nos Sete Anões.
Esse tipo de crença ideológica nos pressupostos neoliberais tem suas vantagens para a cidadania. Se acreditasse no déficit público para reverter a recessão, como fazemos nós, keynesianos, Meirelles poderia tomar o caminho de aumentá-lo, porém em lugar de destinar os recursos para a economia real, de forma a puxar os investimentos e o emprego, poderia destiná-lo exclusivamente à especulação financeira com a dívida pública, como já faz com o déficit de 139 bilhões de reais previsto para este ano.
O aumento anunciado de impostos sobre a gasolina é absolutamente inútil. Reduzirá a massa de lucro ou, mais provavelmente, a massa salarial. Em ambos os casos, serão novos elementos de contração da economia, que continuará em depressão pelo terceiro ano consecutivo. Se não implicasse mais desemprego e mais queda de renda real, a medida anunciada seria um bom motivo para festejar o eventual “remorso” das classes dominantes em ter forçado o impeachment dois anos atrás.
O tipo de imposto escolhido por Meirelles para ser aumentado poupa o sistema financeiro. Este ponto infelizmente é pouco percebido pelo empresariado produtivo. Este se comporta ideologicamente como escravo da financeirização. Os sintomas dessa escravidão são remotos. Há décadas toleramos as taxas básicas de juros mais altas do mundo. Em parte por ser sócio menor da financeirização, o empresário produtivo tem medo de atacar, por solidariedade de classe, os assaltos explícitos do setor financeiro. Entretanto, ao perceber o peso de um tributo que ficará à margem dos bancos, o empresariado produtivo poderá vir a ser um aliado do povo nessa batalha econômica contra o deus Mamon, o dinheiro - conforme denunciado pelo senador Roberto Requião seguindo a linha do Papa Francisco.
É muito importante que as elites dirigentes continuem estúpidas. A receita keynesiana para superação do desastre econômico em que nos encontramos pressupõe o gasto público deficitário, convertido em compras reais de bens e serviços pelo governo. Busca-se, com isso, estimular a economia, a demanda, o investimento, o emprego. Entretanto, esse déficit será inútil para o crescimento se for “queimado” na ciranda financeira.
Nossa sorte é que o contador Henrique Meirelles, tão ignorante de economia como o próprio Michel Temer, esteja afogado em ideologia neoliberal de tal forma que acredita que o déficit público é sempre prejudicial. Bom mesmo é o equilíbrio orçamentário, diz ele, que para isso fez a emenda do congelamento dos gastos públicos por 20 anos. A partir dele o empresariado adquire “confiança” no governo e, em seguida, começa a recuperação econômica. Acreditar nisso é como acreditar em Branca de Neve e nos Sete Anões.
Esse tipo de crença ideológica nos pressupostos neoliberais tem suas vantagens para a cidadania. Se acreditasse no déficit público para reverter a recessão, como fazemos nós, keynesianos, Meirelles poderia tomar o caminho de aumentá-lo, porém em lugar de destinar os recursos para a economia real, de forma a puxar os investimentos e o emprego, poderia destiná-lo exclusivamente à especulação financeira com a dívida pública, como já faz com o déficit de 139 bilhões de reais previsto para este ano.
O aumento anunciado de impostos sobre a gasolina é absolutamente inútil. Reduzirá a massa de lucro ou, mais provavelmente, a massa salarial. Em ambos os casos, serão novos elementos de contração da economia, que continuará em depressão pelo terceiro ano consecutivo. Se não implicasse mais desemprego e mais queda de renda real, a medida anunciada seria um bom motivo para festejar o eventual “remorso” das classes dominantes em ter forçado o impeachment dois anos atrás.
O tipo de imposto escolhido por Meirelles para ser aumentado poupa o sistema financeiro. Este ponto infelizmente é pouco percebido pelo empresariado produtivo. Este se comporta ideologicamente como escravo da financeirização. Os sintomas dessa escravidão são remotos. Há décadas toleramos as taxas básicas de juros mais altas do mundo. Em parte por ser sócio menor da financeirização, o empresário produtivo tem medo de atacar, por solidariedade de classe, os assaltos explícitos do setor financeiro. Entretanto, ao perceber o peso de um tributo que ficará à margem dos bancos, o empresariado produtivo poderá vir a ser um aliado do povo nessa batalha econômica contra o deus Mamon, o dinheiro - conforme denunciado pelo senador Roberto Requião seguindo a linha do Papa Francisco.
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