Por RUBENS JOSÉ DA SILVA transcrito do blog Democracia & Política
"O remédio proposto para a economia voltar a deslanchar é velho conhecido: o mesmo que nos transformou em um dos campeões mundiais da desigualdade social.
Como
todos já perceberam que o que pode derrubar a presidente Dilma é a
economia, os veículos tradicionais de imprensa têm sempre em destaque um
"expert" do mercado financeiro para reprovar o caminho seguido até
aqui.
Nada mal se o futuro sonhado pelo mercado – tão cultuado e venerado pelos conservadores – não fosse, na verdade, um amargo regresso. Como esquecer que, nos anos 80 e 90, era comum manchetes estamparem "Missão do FMI no Brasil"? De crise em crise, estávamos sempre à sua porta.
O remédio proposto para a economia voltar a deslanchar é velho conhecido: o mesmo que nos transformou em um dos campeões mundiais da desigualdade social.
Já tem guru de candidato [Armínio Fraga, já escolhido Ministro da Fazenda de Aécio] dizendo que "o salário mínimo aumentou demais nos últimos anos" e que é preciso "restabelecer as expectativas e confiança do mercado". Outro se comprometeu a reajustar o preço da gasolina: "é essencial dar uma sinalização ao mercado". É a mais óbvia constatação da apropriação do governo pelo sistema financeiro.
A
cada trimestre, os bancos divulgam novos recordes em seus balanços. Mas
se esse sistema continua a lucrar absurdamente, por que tanta
reclamação?
O mercado jamais acatará um governo trabalhista, mesmo lucrando.
Como
se tornou uma heresia questionar o sistema capitalista, pelo menos que
busquemos uma forma mais equilibrada de desenvolvimento. Porque a
receita desses "experts" é aprofundar a especulação financeira que, pela
intermediação do dinheiro, obtém lucros fabulosos.
A palavra
"mercado" pressupõe concorrência. Mas não é isso o que vemos entre os
bancos. O rendimento que eles oferecem na poupança apenas acompanha, na
melhor das hipóteses, a inflação anual em torno de 6%. No entanto, pelo
cheque especial cobram, em média, 160%. Para onde você for, será
tungado.
O "economês" agora é mais simples. Nada de "desregulamentar", "flexibilizar"; o verbo do momento é "conspirar". Um "expert" afirma que "a legislação trabalhista brasileira conspira contra o emprego"; outro diz que "tudo conspira contra o investimento no país".
A
maior queixa é a elevada carga tributária. A elite gosta muito de se
referir ao "Impostômetro". Em várias cidades do país, um grande painel
alerta sobre os impostos cobrados do contribuinte.
Seria
importante que colocassem ao lado o "Sonegômetro". Pelos cálculos do
Sinprofaz (Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional)
teremos 500 bilhões de reais sonegados este ano. No anterior, foram 415
bilhões. Dinheiro que poderia ser direcionado para os setores vitais da
sociedade. Com certeza não é a classe média que consegue burlar tal
montante.
Como disse, recentemente, o professor e economista Ladislau Dowbor, "quanto mais próxima a eleição, pior a economia".FONTE: escrito por RUBENS JOSÉ DA SILVA no jornal on line "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/149380/Nossos-experts-economistas.htm).
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