terça-feira, 2 de julho de 2013

A morte da solidariedade - por Mauro Santayama

A MORTE DA SOLIDARIEDADE

                      
(HD)-Brayan,  menino de cinco anos, está abraçado à mãe. O pai, o tio e outros moradores da casa se encontram submetidos a um bando de assaltantes, armados de facas, dois deles  com armas de fogo. Assustado, o menino chora,  para que não matem a mãe, jovem boliviana de 24 anos. O pai,  de 28, desespera-se, mas está sob o cano de um revólver. Os assaltantes já recolheram o dinheiro da família, querem mais. O menino implora, não quer morrer. O assaltante ameaça: se não calar, vai ser degolado. O menino grita ainda mais alto o seu desespero – e leva um tiro na cabeça.

                 No passado os crimes de latrocínio, muito raros, tinham como vítimas as pessoas ricas ou de classe média alta. E era inimaginável que matassem crianças, como Brayan. Ocorriam com mais freqüência os furtos, em que se destacavam os batedores de carteira, com sua agilidade nos dedos, capazes de tirar o dinheiro dos bolsos alheios sem dificuldade. E os “vigaristas”, que exploravam a boa fé (e a má fé, também) dos desavisados, com estórias bem elaboradas para lhes tomar o que pudessem. Hoje, os vigaristas contam outros contos, principalmente usando a internet, além da conhecida manobra dos falsos seqüestros, em que, por telefone, fingem-se parentes e pedem dinheiro para dar aos ”seqüestradores”. Já agora, o que predomina é a violência dos assaltos à mão armada e  seqüestros relâmpagos, muitos deles com a morte brutal das vítimas  – quase sempre comandados dos presídios.

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