segunda-feira, 4 de junho de 2012

Wall Street vê Brasil mais perto do Chile do que da Venezuela



O diretor-geral do Brain, Paulo Oliveira, afirma que cresceu a confiança do investidor estrangeiro no país
'Road show' oficial do mercado brasileiro vai focar investimento em dívida privada com benefício fiscal
DE SÃO PAULO
"O Brasil está mais perto do Chile ou da Venezuela?"
A pergunta resume o que os maiores fundos de pensão e de investimento do mundo querem saber quando cogitam trazer dinheiro ao país, segundo Paulo Oliveira, diretor-geral da Brain, entidade que pretende fazer de São Paulo e do Rio centros financeiros internacionais.
"Melhorou muito a visão que eles têm do Brasil, de que o ambiente é estável, regulado e que não quebra nenhuma regra do jogo. Está mais perto do Chile do que da Venezuela e da Argentina."
A Brain organiza o "Best Brazil", "road show" oficial de investimentos no país, que acontece desde 2004 nos EUA, na Europa e na Ásia.
Neste ano, o evento ocorre amanhã, em Nova York, e na quinta, em Toronto.


Folha - O que o "Best Brazil" vai focar neste ano?
Paulo Oliveira - Vamos falar das oportunidades de investimento que surgem com a negociação de debêntures [dívida privada de longo prazo], que inclusive podem ter benefício fiscal para o estrangeiro no caso do financiamento de infraestrutura.
O juro menor preocupa?
O conceito de investimento está mudando no Brasil. O dinheiro captado nas debêntures e nos IPOs [aberturas de capital] é para criar fábricas, contratar, fazer projetos. Cada vez mais o Brasil está virando um país para investimento de longo prazo e não só em juros de curto prazo.
E a crise, que mudou a taxa de câmbio, não atrapalha?
Para esse investidor, essa movimentação momentânea do câmbio não é tão relevante assim se você olha um horizonte longo de investimento.
Quais são os diferenciais em relação a outros países?
O Brasil está na moda, tem um ambiente regulado, líquido e maduro. Talvez muito além do que EUA e Canadá, porque já passamos pela crise antes. O Brasil tem uma relação entre risco e retorno muito melhor do que no passado. Ao mesmo tempo, a Europa e os EUA têm relação muito pior.
O IOF para estrangeiro manchou a reputação do Brasil?
Nenhum investidor gosta de pagar imposto, muito menos IOF, ou ter quaisquer restrições. Quando vêm essas mudanças, voltam as perguntas se isso está num contexto regulatório ou se mudaram as regras do jogo.
Mas é preciso notar que o Brasil não quebrou nenhuma regra do jogo. O IOF é um preço de entrada.

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