Por Bepe Damasco, em seu blog. Do blog do Miro
Como não consegue ver um palmo além do nariz, a mídia monopolista interpretou como uma manifestação de revolta contra a corrupção generalizada o recente assanhamento golpista dos militares. Nada mais falso.
Ressalvadas todas as exceções - eu mesmo sou testemunha da retidão moral de um irmão militar e de meu falecido pai, veterano da FEB-, mas desde quando os militares têm autoridade para posar de paladinos da lisura no trato da coisa pública?
Sob o escudo protetor da censura, sabe-se que a corrupção correu solta durante a ditadura. Uma ínfima minoria de casos veio a público depois que a imprensa, mesmo amordaçada, furou o cerco e conseguiu denunciar escândalos como as tenebrosas transações (salve Chico Buarque de Holanda) reveladas pelos escândalos Coroa-Brastel e Delfim.
O regime de exceção livrou os generais da prestação de contas da dinheirama enterrada nos buracos sem fundo dos megaempreendimentos da época do “Brasil, ame-o ou deixe-o”, tais como a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói.
Sem nenhum esforço cognitivo, mas apenas situando no tempo e no espaço a exibição de garras do general Mourão, a conivência do comandante do Exército, Villas Bôas, e a sucessão de ameaças golpistas por parte de trogloditas de pijama nas redes sociais, é possível chegar à conclusão de que a principal causa do reboliço da caserna é o favoritismo de Lula nas eleições presidenciais de 2018, atestada por pesquisas de todos os institutos.
Isso equivale a dizer que os verdadeiros alvos da escaramuça verde oliva são Lula, o PT, a CUT, os demais partidos de esquerda e os movimentos sociais. Embora tenha dado passos importantes no sentido da profissionalização, as nossas forças armadas ainda se inspiram na doutrina de segurança nacional na formação de seus oficiais.
O anticomunismo mais tacanho e anacrônico dos tempos da guerra fria ainda é forte na caserna. Apenas fora guardado temporariamente no armário em razão da conjuntura da redemocratização e do sucesso dos governos democráticos e populares do PT. Bastou perceberem o terreno fértil propiciado pela onda obscurantista que varre o país para tirarem o diabo da garrafa. Como no passado, agora os militares voltam a assumir que enxergam comunistas até na própria sombra.
Não por acaso, eles não conseguem identificar os verdadeiros inimigos da pátria e do povo. Sem que nenhuma liderança militar se manifeste, as riquezas estratégicas do país são entregues aos estrangeiros, dentre elas o pré-sal, passaporte para o futuro do povo brasileiro, as reservas minerais, o sistema elétrico e as nossas terras.
Sem causar nenhuma comoção nos quartéis, o investimento público é congelado por 20 anos e os direitos mais comezinhos do povo são roubados (e olha que as forças amadas são formadas por jovens oriundos de famílias pobres).
Também não se tem notícia de manifestações de descontentamento de oficiais de alta patente diante de uma reforma trabalhista que acabou com a CLT, bem como a da previdência, que está a caminho e obrigará o brasileiro a trabalhar até morrer. Os militares ficaram fora da reforma da previdência, mas ela atingirá em cheio seus parentes.
Como não consegue ver um palmo além do nariz, a mídia monopolista interpretou como uma manifestação de revolta contra a corrupção generalizada o recente assanhamento golpista dos militares. Nada mais falso.
Ressalvadas todas as exceções - eu mesmo sou testemunha da retidão moral de um irmão militar e de meu falecido pai, veterano da FEB-, mas desde quando os militares têm autoridade para posar de paladinos da lisura no trato da coisa pública?
Sob o escudo protetor da censura, sabe-se que a corrupção correu solta durante a ditadura. Uma ínfima minoria de casos veio a público depois que a imprensa, mesmo amordaçada, furou o cerco e conseguiu denunciar escândalos como as tenebrosas transações (salve Chico Buarque de Holanda) reveladas pelos escândalos Coroa-Brastel e Delfim.
O regime de exceção livrou os generais da prestação de contas da dinheirama enterrada nos buracos sem fundo dos megaempreendimentos da época do “Brasil, ame-o ou deixe-o”, tais como a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói.
Sem nenhum esforço cognitivo, mas apenas situando no tempo e no espaço a exibição de garras do general Mourão, a conivência do comandante do Exército, Villas Bôas, e a sucessão de ameaças golpistas por parte de trogloditas de pijama nas redes sociais, é possível chegar à conclusão de que a principal causa do reboliço da caserna é o favoritismo de Lula nas eleições presidenciais de 2018, atestada por pesquisas de todos os institutos.
Isso equivale a dizer que os verdadeiros alvos da escaramuça verde oliva são Lula, o PT, a CUT, os demais partidos de esquerda e os movimentos sociais. Embora tenha dado passos importantes no sentido da profissionalização, as nossas forças armadas ainda se inspiram na doutrina de segurança nacional na formação de seus oficiais.
O anticomunismo mais tacanho e anacrônico dos tempos da guerra fria ainda é forte na caserna. Apenas fora guardado temporariamente no armário em razão da conjuntura da redemocratização e do sucesso dos governos democráticos e populares do PT. Bastou perceberem o terreno fértil propiciado pela onda obscurantista que varre o país para tirarem o diabo da garrafa. Como no passado, agora os militares voltam a assumir que enxergam comunistas até na própria sombra.
Não por acaso, eles não conseguem identificar os verdadeiros inimigos da pátria e do povo. Sem que nenhuma liderança militar se manifeste, as riquezas estratégicas do país são entregues aos estrangeiros, dentre elas o pré-sal, passaporte para o futuro do povo brasileiro, as reservas minerais, o sistema elétrico e as nossas terras.
Sem causar nenhuma comoção nos quartéis, o investimento público é congelado por 20 anos e os direitos mais comezinhos do povo são roubados (e olha que as forças amadas são formadas por jovens oriundos de famílias pobres).
Também não se tem notícia de manifestações de descontentamento de oficiais de alta patente diante de uma reforma trabalhista que acabou com a CLT, bem como a da previdência, que está a caminho e obrigará o brasileiro a trabalhar até morrer. Os militares ficaram fora da reforma da previdência, mas ela atingirá em cheio seus parentes.
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