"O Fórum Econômico Mundial em Davos está naufragado sob um tsunami de "denials" – negar o que vê/fingir que não vê/não ver sinceramente – e também "denon-denial denials" – não negar o que nem vê que nega – e tudo isso só para ‘garantir’ que não acontecerá um desdobramento do Crash de 2008.
O caso é que sim, acontecerá. E o cenário já está pronto.
Seletos corretores de petróleo no Golfo Persa, o que inclui ocidentais que trabalham no Golfo, confirmam que a Arábia Saudita
está descarregando pelo menos US$ 1 trilhão em 'securities' e
derrubando os mercados globais por ordem dos 'Masters of the Universe' –
os que mandam acima da presidência manca de Barack Obama.
Longe
vão os dias quando bastaria a Casa de Saud flertar com essa ideia, para
ter todos os seus bens congelados. Pois, hoje, já obedecem ordens. E
mais virá; na avaliação de corretores craques em Golfo Persa, os
investimentos sauditas em 'securities' ocidentais podem chegar a US$ 8
trilhões; os de Abu Dhabi, a US$ 4 trilhões.
Em
Abu Dhabi, tudo foi separado em compartimentos, e ninguém pode avaliar
coisa alguma, exceto corretores e negociantes que conheçam cada
supervisor de cada compartimento de investimentos. E para a Casa de
Saud, como se poderia prever, a regra de ouro é negar sempre.
Essa massiva descarga de 'securities' chegou algumas vezes à mídia-empresa,
mas os números têm sido grosseiramente subestimados. A informação
inteira não chegará até lá, porque os 'Masters of the Universe'
ordenaram que não chegue.
Houve
aumento gigante na descarga saudita-Abu Dhabi de 'securities' desde o
início de 2016. Fonte no Golfo Persa diz que a estratégia saudita
“demolirá os mercados”. Outra fonte fala de “vermes comendo carcaça no
escuro”; basta olhar a calamidade em Wall Street, por toda a Europa e em
Hong Kong e Tóquio na 4ª-feira da semana passada.
Quer dizer: já está acontecendo. E uma subtrama crucial pode ser, em prazo de curto a médio, nada menos que o colapso da eurozona.
O crash de 2016?
Por
tudo isso, pode ser um caso de Casa de Saud em pânico,
instrumentalizada para derrubar grossa fatia da economia global. Quem
ganha com isso? Cui bono?
Moscou e Teerã têm muito a ver com isso. A lógica por trás de demolir mercados, criando recessão e depressão – do ponto de vista dos 'Masters of the Universe' que reinam acima do presidente pato manco dos EUA –
é arquitetar retardo gigante, impossibilitar os padrões de compra,
reduzir o consumo de petróleo e gás natural, e pôr a Rússia em rota
direta rumo à ruína. Além do que, preços ultrabaixos do petróleo também se traduzem como uma espécie de sanção-substituta contra o Irã.
Mesmo
assim, o petróleo iraniano que se aproxima de chegar ao mercado estará
em torno de 500 mil barris/dia em meados do ano, mais um excedente
armazenado em petroleiros no Golfo Persa. Esse petróleo pode ser e será absorvido, porque a demanda está aumentando (nos EUA, por exemplo, aumentou 1,9 milhão de barris por dia em 2015), e a oferta está caindo.
Em julho, aproximadamente, demanda crescente e produção em declínio reverterão o crash do petróleo.
Além do mais, as importações de petróleo da China tiveram aumento
recente de 9,3%, em 7,85 milhões de barris/dia, o que desacredita
completamente a narrativa dominante de que a economia chinesa estaria
‘em colapso’ – ou de que a China seria culpada pelos padecimentos atuais do mercado.
Assim sendo, como já expus aqui em linhas gerais, em breve o petróleo dará a volta por cima. "Goldman Sachs" concorda.
Implica que os "Masters of the Universe" têm uma estreita janela de
oportunidade para fazer os sauditas despejarem quantidades massivas de
"securities" nos mercados.
A
Casa de Saud pode precisar desesperadamente de dinheiro, se se
considera o alerta vermelho no orçamento. Mas esse despejo das próprias
'securities' também é visivelmente autodestrutivo. Eles simplesmente não
podem vender US$ 8 trilhões. A Casa de Saud está, na verdade,
destruindo o equilíbrio da própria riqueza. Por mais que a hagiografia ocidental tente pintar Riad
como player responsável, fato é que legiões de príncipes sauditas estão
horrorizados ante a destruição da riqueza do reino nesse haraquiri em
câmera lenta.
Haveria algum Plano B? Haveria. O príncipe guerreiro Mohammed bin Sultan – atual manda-chuva em Riad – teria de meter-se no primeiro avião para Moscou, para arquitetar uma estratégia comum. Mas não acontecerá.
E quanto à China – maior importador de petróleo da Arábia Saudita –Xi
Jinping acaba de visitar Riad; Aramco e Sinopec assinaram uma parceria
estratégica; mas a parceria estratégica que realmente conta,
considerando o futuro de “Um Cinturão, Uma Rota”, é, essa sim, a
parceria Pequim-Teerã.
O
despejo massivo das 'securities' sauditas tem a ver com a guerra
saudita do preço do petróleo. No momento atual de volatilidade extrema, o
petróleo está em baixa, as ações estão em baixa e os estoques de
petróleo estão baixos. Pois nem assim a Casa de Saud dá sinais de
compreender que os 'Masters of the Universe' os estão empurrando para
que se autodestruam, os próprios sauditas, várias e várias vezes,
incluindo inundar o mercado de petróleo depois de limitar a capacidade
dos sauditas [orig.including flooding the oil market with their shut-in capacity]. E tudo isso, para ferir mortalmente Rússia, Irã e… a própria Arábia Saudita!
Apenas um peão no jogo de outros
Entrementes, Riad ferve de boatos de que haverá um golpe contra o rei Salman – virtualmente incapacitado, demente e confinado a um quarto de seu palácio em Riad. Estão em jogo dois possíveis cenários:
1) Rei
Salman, 80, abdica em favor do filho, conhecido ignorantão, arrogante
criador de confusão e príncipe guerreiro Mohammed bin Salman, 30,
atualmente vice-príncipe coroado e ministro da Defesa e o segundo na
linha de sucessão, mas quem de fato comanda o show em Riad. Pode
acontecer a qualquer momento. Como bônus, o atual ministro do Petróleo
Ali al-Naimi, que não é da família real, poderia ser substituído por
Abdulaziz bin Salman, outro filho do rei.
2) Um golpe palaciano. Salman – e seu filho criador de casos –
cai fora do quadro, substituído por Ahmed bin Abdulaziz (que foi já
ministro do Interior), ou pelo príncipe Mohammed bin Nayef (atual
ministro do Interior e príncipe coroado).
Seja
qual for o cenário que se concretize, o "MI6" britânico está muito
intimamente a par da pantomima. E talvez também o "BND" (Bundesnachrichtendienst, Serviço Nacional de Inteligência)
alemão. Todos recordam o memorando do BND no final de 2015, que
descrevia o então vice-príncipe coroado Mohammed bin Salman como
“jogador político” que está desestabilizando o mundo árabe com as
guerras por procuração no Iêmen e na Síria.
Fontes sauditas – que pedem, por óbvias razões, que não se publiquem seus nomes –, garantem que nada menos de 80% da Casa de Saud é favorável ao golpe.
Seja
como for, permanece a questão de saber se alguma Casa de Saud
reformatada interromperá o haraquiri em câmera lenta que lá acontece. O
imperativo categórico não muda: os "Masters of the Universe" estão
prontos para derrubar o mundo inteiro, empurrando-o para terrível
recessão, para, basicamente, estrangular a Rússia. A Casa de Saud é
apenas um peão nesse jogo de pervertidos."
FONTE: escrito por Pepe Escobar, no "Sputnik News". Transcrito no "Patria Latina" (http://www.patrialatina.com.br/o-segredo-por-tras-do-proximo-crashglobal/).
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