quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Mais Médicos zera mortalidade infantil no Piauí



medicacubanaOs médicos cubanos Olívia Rodriguez Gonzalez e Omar Diaz, professores da Universidade Che Guerava, em sua cidade natal, Pina del Rio, em Cuba, estão trabalhando há um ano no Posto de Saúde de Barras, na região Norte do Piauí, e sorriem quando falam da conquista em vida que obtiveram no trabalho da atenção básica.
“Há um ano não registramos nenhuma morte de criança e de gestante. Estamos sem mortalidade materna e infantil”, afirmam Olívia Rodriguez Gonzalez e Omar Diaz, no Posto de Saúde de Barras, atuando no Programa Mais Médicos, do governo federal.
Esta realidade de redução com a capacidade de zerar a mortalidade infantil e materna se espalhou nos municípios onde o Programa Mais Médicos foi implantando para oferecer atenção básica de saúde onde era difícil a permanência de médicos ou de número suficientes de médicos brasileiros para atender a população.
“Tem sido uma experiência muito boa. Encontramos uma comunidade muito carente, mas acolhedora, pessoas muito sensíveis, muito boas e necessitadas”, relata Olívia Rodriguez.
Segundo ela, as doenças mais frequentes são doenças respiratórias, doenças parasitárias, hipertensão, diabetes. Olívia Rodriguez e Omar Diaz fazem visitas domiciliares aos pacientes de Barras, e os pacientes atendidos são pessoas que não podem ir ao posto de saúde. São crianças com hidrocefalia, puérperas (mulheres que tiveram bebês recentemente), gestantes, hipertensos e idosos.
“Não temos mortalidade infantil, nem mortalidade materna. Temos registros de crianças e mães doentes, mas nenhuma chegou a óbito”, enfatiza Olívia Rodriguez, que tem 30 anos trabalhando como médica. “Isso é uma vitória”, comemora Omar Diaz.
Olívia Rodriguez e Omar Diaz afirmam que trabalhar no Brasil é diferente de onde trabalharam antes com atenção básica na Venezuela, Paraguai e Paquistão, que não tinham uma rede constituída de atenção primária. “Na Venezuela, não tínhamos nada, tudo era precário”.
No Paraguai igual, não tinha rede implantada. “No Brasil, temos uma rede de atenção básica de saúde, não temos médicos, mas temos uma rede criada. Nos outros países fomos nós que criamos a rede de atenção primária”, fala Olívia Rodriguez.
Omar Diaz, 23 anos de formado em Medicina, sendo que oito anos trabalhando na Venezuela, avalia como muito boa a sua experiência de um ano em Barras.
“Temos encontrado uma população muito necessitada de atenção médica e todos são muito receptivos com os médicos cubanos, ficam muito contentes com o nosso trabalho, muito compreensivos, porque nós estamos ajudando a melhorar a saúde dessa população que estava carente de atenção”, diz Omar Diaz, que encontra crianças com baixo peso e desnutrição, mas não com desnutrição extrema.
Omar Diaz afirma que quando estão fazendo visitas domiciliares, os pacientes dizem que nunca um médico foi a suas casas. Pedem desculpas porque não podem oferecer refeição melhor, mas Omar Diaz e Olívia Rodriguez avisam que as famílias estão se alimentando com as mesmas refeições com que se alimentam.
“São pessoas muito carentes e quando vemos as pessoas acamadas e não podem caminhar, elas ficam muito contentes porque falam dos problemas de saúde que têm e nós também falamos muitas coisas. Essas pessoas ficam muito agradecidas”, detalha Omar Diaz.

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