segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A esperança venceu o ódio

Antonio Lassance no Carta Maior





A presidenta Dilma Rousseff foi reeleita com mais de 51% dos votos, dados por mais de 54 milhões de eleitores.



A vitória revela a força de seu governo e do legado das duas presidências de Lula.


Dilma mostrou que é dura na queda.



Sofreu uma sequência de ataques que estão entre os mais violentos e virulentos de que se tem notícia na história do País.



Um dos mais infames foi a tentativa de gol de mão perpetrado pela Veja, aquela que já está se tornando mais conhecida como "a revista da Marginal Pinheiros".



Dilma que se cuide, o PT que fique esperto e o país que se conscientize e se mobilize.



A oposição foi derrotada. O golpismo, não.



A presidenta precisa antecipar a formação de seu novo governo, arrumando a casa para um novo mandato.



Mais importante, precisa sair do isolamento de Brasília, circular mais pelo país, manter contato mais direto com o povo brasileiro, com as organizações sociais, com governadores, prefeitos e com todos os que podem garantir sua governabilidade social.



O segundo mandato de Dilma precisará de uma politização permanente e de uma comunicação à altura para fazer frente à tentativa permanente de desmoralizá-la, desestabilizá-la e levá-la ao "impeachment". Alguém tem dúvida de que esse é o plano dos adversários?



A vitória da candidata do PT mostra o quanto a democracia brasileira está melhor informada, mais consciente e mais avessa às tradicionais tentativas de manipulação de eleitores. 



Todavia, o resultado apertado mostra que o principal adversário a ser vencido não é apenas um partido: é o ódio, o preconceito, a intolerância.



O recado das urnas é claro: os eleitores querem um governo com prioridade para os pobres, com especial atenção às regiões mais pobres e carentes em infraestrutura; um governo que proteja os trabalhadores e garanta o emprego; que reduza a inflação e os juros pagos ao sistema financeiro; um governo que melhore a qualidade dos serviços públicos e a aperfeiçoe a regulação sobre o setor privado; um governo que trave um combate sem tréguas à corrupção e à impunidade. 



Essas razões deram a vitória a Dilma.



Falta derrotar o golpismo. Falta fazer valer, nas ruas, o resultado das urnas, enfrentando aqueles que tentarão jogá-lo no lixo.



Por ora, a esperança venceu o ódio. 




(*) Antonio Lassance é cientista político.

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