sexta-feira, 1 de julho de 2016

Henrique Meirelles era o todo-poderoso da Friboi no período investigado pela PF

Atual ministro da Fazenda de Temer assumiu, em 2012, o Conselho de Administração da J&F, holding que controla o grupo JBS/Friboi; empresa está sendo acusada de envolvimento no pagamento de propinas ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha
Por Redação / Revista Fórum
Na manhã desta sexta-feira (1), a Polícia Federal foi à sede da JBS, dona da Friboi, em São Paulo. A empresa é um dos alvos da ação que investiga um suposto recebimento de propina por parte do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, que teria sido beneficiado por 12 operações de grupos empresariais que obtiveram aportes milionários do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS).
Há suspeitas de que a JBS tenha pago propina, por meio do doleiro Lúcio Funaro, para obter apoio desse fundo. Uma das irregularidades relatadas na delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica, diz respeito à captação de recursos feita em 2012 pela Eldorado Brasil, empresa do grupo J&F, holding que controla o grupo JBS.
O que pouca gente lembra é que a companhia, durante o período investigado pela PF, contou com um nome de peso no comando dos negócios: a atual ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles. O ex-presidente do Banco Central, desde março de 2012, está à frente do Conselho de Administração da J&F, a convite do empresário Joesley Batista. Segundo executivos que acompanharam o processo, o contrato previa uma remuneração anual de até R$ 40 milhões para o ministro.
Na ocasião, foi confiada a Meirelles a elaboração de estratégias para expansão da empresa dentro e fora do país. Além de investir em vultuosas campanhas publicitárias, ele também transformou a holding na maior patrocinadora de campanhas políticas do Brasil. Em 2014, o grupo foi responsável por doar R$ 366,8 milhões em patrocínio eleitoral, seguido da construtora Odebrecht, que doou R$ 111 milhões, e do Bradesco, com cerca de R$ 100 milhões.

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