Mauro Santayama, em seu blog
A caminho de Beirute onde
irá substituir a Fragata União, como Nau Capitânea da esquadra naval
da ONU de bloqueio da entrada de armas no Líbano - a FTN-UNIFIL, sob
comando brasileiro desde 2011 - a Corveta Barroso V-34 resgatou 220
refugiados que estavam à deriva no Mar Mediterrâneo, cerca da metade
deles mulheres e crianças, salvando suas vidas e levando-as até o
território italiano.
Com 104 metros de comprimento e quase
1.800 toneladas de deslocamento e uma tripulação de aproximadamente 160
marinheiros e oficiais, a Corveta Barroso foi concluída
em 2008, na metade do segundo mandato do Presidente Lula, no contexto
do renascimento e fortalecimento da indústria naval brasileira, e é o
mais moderno navio já construído no Arsenal da Marinha do Rio de
Janeiro, motivo de orgulho para a Marinha do Brasil - que tem sido
atacada em sua honra neste momento por meio de comentários na internet -
e um marco da capacidade de realização da nossa gente.
Só resta uma pergunta: se foi o
Brasil que realizou o resgate, mesmo estando em águas internacionais,
não seria o caso de oferecer refúgio a essa gente (ao menos para aqueles
que o aceitassem) providenciando seu futuro transporte e abrigo em
nosso país?
Seria interessante imaginar - em um
tempo em que imbecis sugerem em portais e redes sociais que se entregue a
Petrobras e a administração do Brasil aos norte-americanos - um desses
bebês, depois de crescer e envelhecer em solo pátrio, relatando daqui a
algumas décadas para seus netos, como a mão do destino o tornou
brasileiro, ao ser salvo da morte, por brasileiros, em pleno oceano,
poucos meses, ou semanas, depois de nascer.
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