BOA NOITE
A TODAS E A TODOS.
NOSSOS
AGRADECIMENTOS A ESTA CASA DO POVO PELA HOMENAGEM AO DIEESE. AGRADECIMENTOS
ESPECIAIS AO VEREADOR MANOEL FRANCISCO BENTO, DO PARTIDO DOS TRABALHADORES, PELA
LEMBRANÇA DE HOMENAGEAR O DIEESE NESSES SEUS 60 ANOS DE EXISTÊNCIA.
AGRADECIMENTOS A TODOS OS COMPANHEIROS E
COMPANHEIRAS PRESENTES; AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A TODOS OS DIRIGENTES E ÀS
DIRIGENTES SINDICAIS AQUI PRESENTES. AGRADECIMENTOS CARINHOSOS À DIREÇÃO DO
DIEESE TAMBÉM AQUI PRESENTE E A QUE NÃO PODE ESTAR (PELA CONFLUÊNCIA DOS ASTROS
A MAIORIA NÃO PODE ESTAR AQUI). Sueli do Sintraseb e Jorge Godinho, dos
hoteleiros de Criciúma.
ESTA HOMENAGEM AO DIEESE, INICIATIVA DE UM PARLAMENTAR
DA CASA, O VEREADOR BENTO, NA VERDADE, É UMA HOMENAGEM A TODO O MOVIMENTO
SINDICAL DE JOINVILLE. O DIEESE É CRIA DO MOVIMENTO SINDICAL BRASILEIRO, E SE
NÃO HOUVESSEM SINDICATOS FORTES NO BRASIL E AQUI NA REGIÃO, O DIEESE NEM MESMO EXISTIRIA.
PORTANTO, COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS A HOMENAGEM AO DIEESE É, NO FUNDO, UMA
HOMENAGEM AOS TRABALHADORES QUE CONSTRÓEM O PROGRESSO DE JOINVILLE E ÀS
ENTIDADES QUE OS REPRESENTAM.
COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS:*
Cito aqui, depoimento de Tenorinho, do sindicato dos
Laticínios de SP, como era conhecido esse pernambucano, nascido em 1923 e falecido
há poucos anos atrás (em 23 de janeiro de 2010):
Diz Teroninho:
“O Dieese passou por todo um sistema de preparação.
Ele não surgiu de um estalo, não, ele foi fruto de todo um acúmulo de
aprendizagem. Então, nós fizemos o Pacto de Unidade Intersindical, que começou
com cinco sindicatos: gráficos, metalúrgicos, marceneiros, têxteis e vidreiros.
Ali na rua dos Cerealistas. Então, naquela rua era uma casa baixa de um sócio,
onde funcionava o sindicato, que se transformou em sede e dali nós começamos a
“mandar brasa” em tudo. E todas as nossas lutas sindicais durante esse período,
as lutas reivindicatórias, elas encontravam a barreira de como provar que era
aquela percentagem que os trabalhadores reivindicavam, não tinha como, não
tinha um aferidor. O único em que a Justiça se baseava – aí vamos chegar no
Dieese – era uma comissão do Ministério do Trabalho, a qual não tinha a nossa
presença nem participação, e a Secretaria de Abastecimento de São Paulo,
comandada por Ademar de Barros e o Secretário era o João Acioli, até um
advogado do Sindicato dos Têxteis.
Então esses dois dados nunca conferiam com aquilo
que a gente achava que era o custo de vida e nós nos batíamos, e só levávamos
alguma vantagem quando fazíamos greves enfrentando polícia, enfrentando todas
as dificuldades para fazer uma greve como fizemos em 1953, a chamada “Greve de
700 mil trabalhadores”. Então surgiu a ideia da gente criar o nosso próprio
organismo de levantamento de custo de vida. Aí eu, como secretário do Pacto;
Salvador Romano Lossaco, presidente do Sindicato dos Bancários – aqui eu rendo
a minha homenagem, porque sem ele não “tinha” existido o Dieese; Remo Forli,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos – eram os dois maiores sindicatos na
época, os mais combativos eram esses dois; nós, do Laticínio, que não era
numericamente tão expressivo, mas politicamente era peso-pesado; enfim, nós
somamos cinco sindicatos e começamos a trabalhar dia e noite. Mas era até
meia-noite, uma hora, duas horas da manhã, elaborando, pesquisando, estudando,
e um dos homens-chave nisso aí se chama – foi este que já falei - Salvador
Romano Lossaco, que não era do Partido Comunista, era um anarquista nato, mas
de uma fidelidade de classe e de uma competência para ficar do nosso lado, que
era impressionante.
Nós fundamos o Dieese. Fundamos o Dieese e pusemos:
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos. Antes era
só Departamento Intersindical de Estatística. Aí um jornalista chamado Xavier
Toledo - que era um jornalista do Correio Paulistano que trabalhava na Câmara e
que acompanhava a gente, era um simpatizante - disse: “Olha, vocês têm que
acrescentar, à ‘Estatística’, ‘Estatística e Estudos Socioeconômicos’, porque
vocês abrem a perspectiva de se tornarem um instituto”. E nós incorporamos essa
sugestão, ficou Di-e-ese. Foi um negócio muito bonito, uma vitória grande.”
Companheiros e companheiras:
O tempo passou, levado também pelo vento das lutas.
As notícias da atual arena repetem manchetes. Hoje, como antes, sintonizados
com o presente e coetâneos com os desafios de futuro, quando o Dieese completa 60
anos, rendemos nossa homenagem aos milhares de tenorinhos, leninas, salvadores
e mônicas, que construíram, com muito trabalho militante e compromisso com a
justiça e a solidariedade, uma instituição a serviço da classe trabalhadora!
Há 60 anos, o movimento sindical brasileiro demonstrou
que é uma instituição que sabe arriscar para ser moderna e responder aos
desafios do presente e do futuro. Em 1955, apesar das diferenças políticas
presentes na classe trabalhadora organizada, a luta por ideais comuns propiciou
a unidade para criar e investir na construção de uma entidade técnica,
intersindical, unitária. Nascia o Dieese.
Desde então, os dirigentes afirmam que entendem
muito bem o papel do conhecimento na luta social e o poder e a capacidade que
ele gera para o debate público.
As primeiras pesquisas, sobre custo de vida, já
abriram a demanda para a assessoria, nas negociações com os empregadores e os
governantes locais e presidentes. O trabalho evidenciou que o conhecimento
produzido deveria favorecer, além da assessoria às lutas sindicais e às
negociações coletivas, o investimento em formação sindical. Assim foi feito
durante décadas.
Hoje o Dieese trabalha para consolidar presença
nacional, com a realização da Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos em todas as
capitais brasileiras. A entidade avança ainda, neste momento, para implantar
uma nova pesquisa sobre a situação das ocupações, do desemprego e das condições
de trabalho, com a Nova PED, Pesquisa de Emprego e Desemprego. Foram criados
vários modelos de pesquisa sindical, para que as entidades sócias conheçam
melhor as características dos trabalhadores da base e para resgatar informações
e produzir análises sobre acordos coletivos, salários, pisos salariais e
greves, entre outras.
A produção de estudos e anuários estatísticos se
expandiu porque a demanda temática cresceu. Atualmente, o Dieese assessora o
movimento sindical em mais de 40 temas (salário mínimo, reforma tributária,
terceirização, rotatividade, informalidade, previdência social, seguridade
social, política industrial, orçamento público, questões de gênero, raça e
juventude). A diversidade de questões é ampla e de grande complexidade.
Pesquisas, estudos, notas técnicas, anuários, livros, seminários, debates,
oficinas são exemplos das várias maneiras de se disponibilizar permanentemente
a produção técnica.
O investimento em formação sindical cresceu e, ao
completar 50 anos, o Dieese perguntou às entidades sindicais filiadas se o
projeto que deu origem à entidade, de criar uma universidade do trabalhador,
ainda estava no horizonte. A resposta foi sim e, desde então, têm sido feitos
investimentos para a construção da Escola Dieese de Ciências do Trabalho, hoje
em pleno funcionamento. Reconhecida pelo Ministério da Educação, a instituição
acaba de formar a primeira turma de bacharéis em Ciências do Trabalho, que, em
setembro, receberão os certificados de conclusão da graduação.
O movimento sindical hoje mostra-se conectado com
sua história porque mantém e renova os fundamentos originais do Dieese: a
unidade, a diversidade intersindical e a autonomia técnica do trabalho. Mas vai
além, pois aposta na capacidade de organização para produzir conhecimento para
enfrentar as questões que estão presentes hoje na agenda do sindicalismo e da
sociedade.
As profundas mudanças no mundo do trabalho, nos
processos produtivos, na produção do conhecimento, em uma sociedade que amplia
o campo dos serviços e se integra economicamente, ocorrem em um cenário em que
cresce a desigualdade. Mais da metade da população vive na pobreza. O meio
ambiente também tem sido penalizado. Os desafios políticos ganham maior
relevância. É urgente empenhar esforços para que a igualdade, a justiça, a
ética, a solidariedade e a cooperação voltem a ter centralidade nas relações
sociais. Manter o Dieese é a decisão de dirigentes que apostam nesta agenda e
no papel de uma instituição que mobiliza competência cognitiva para gerar
conhecimento a serviço dos trabalhadores.
Foi Marx quem observou em
meados do século XIX que “os homens fazem a sua própria história, mas não a
fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob
aquelas com que se defrontam diretamente”. Assim foi o DIEESE nestes primeiros
60 anos de vida: construído com base na vontade dos trabalhadores e nas
possibilidades colocadas pelas circunstâncias históricas.
Senhores, acredito que o movimento
sindical e o DIEESE, sejam mais importantes neste momento em que a ideia de que
o Brasil não tem mais jeito é poderosa, conta com avalistas de peso e
interesses antipopulares, inclusive ao nível internacional.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A ESTA CASA,
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS AO VALIOSOS MILITANTES DO MOVIMENTO SINDICAL AQUI
PRESENTES; AGRADECIMENTO ESPECIAIS AOS PARLAMENTARES DESTA CASA. AGRADECIMENTO
ESPECIAL AO VERADOR BENTO QUE TEVE A IDEIA DA HOMENAGEM AO DIEESE E A TODA A
SUA EQUIPE. AGRADECIMENTO AO GRANDE COMPANHEIRO ZEKA CHAVES, ASSESSOR DO
VEREADOR, FIGURA FUNDAMENTAL NESSE ACONTECIMENTO.
VIVA O
BRASIL, VIVA OS TRABALHADORES, VIVA O POVO BRASILEIRO!
MUITO OBRIGADO.
*Material elaborado com base em dois textos de Clemente
Ganz Lúcio, sociólogo e diretor técnico do Dieese. Os textos foram levemente
enxertados com uma ou outra frase.
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