10.03.2015 01:51

Por Igor Fuser, no jornal Brasil de Fato:
O imperialismo estadunidense está em
plena ofensiva na América do Sul. A meta para 2015 é eliminar ao menos
um dos governos progressistas da região – o da Argentina – e submeter
outros dois, o do Brasil e o da Venezuela, a ataques demolidores que
preparem o retorno dos políticos neoliberais ao poder.
Essa orientação faz parte de um projeto
mais amplo de reconquista da hegemonia. Diante de rivais poderosos
(China e Rússia) e de aliados vacilantes (Alemanha e França), a elite
dominante dos EUA trata de recuperar o controle do seu antigo quintal
latino-americano.
No Brasil, está em curso um processo de
lavagem cerebral em massa. Dia após dia, a mídia a serviço dos EUA e do
capital financeiro executa uma campanha sistemática de desmoralização do
governo Dilma e do PT.
Enquanto isso, nas redes sociais,
circulam os boatos mais inverossímeis, as calúnias mais sórdidas. Os
ricos e os instruídos fingem que acreditam, e os pobres e desinformados
acreditam, simplesmente.
A mesma tática do linchamento em câmera
lenta é aplicada na Argentina, onde se tentou culpar a presidenta
Cristina Kirchner pela morte do promotor Alberto Nisman, ocorrido na
véspera da data em que pretendia acusar o governo de conspirar com o Irã
para bloquear as investigações do atentado terrorista contra a entidade
judaica Amia, vinte anos atrás.
Na verdade, todas as evidências
comprovam a hipótese de suicídio e inexistem sinais de envolvimento das
autoridades no episódio. Depois de muita confusão, o juiz encarregado do
caso rejeitou totalmente a tese de Nisman sobre a Amia.
Mas o estrago já está feito e deve
prejudicar o oficialismo nas eleições presidenciais do segundo semestre.
Na Venezuela, segue a todo vapor a guerra econômica contra o governo de
Nicolás Maduro. Empresários poderosos escondem ou desviam para o
contrabando produtos essenciais a fim de provocar um cenário de
escassez.
Essa estratégia, igual à usada na
deposição de Salvador Allende no Chile, é mais eficaz do que o golpismo
puro e simples. Está em jogo o resultado das eleições parlamentares de
novembro. Uma derrota do chavismo será a senha para o assalto da direita
ao poder em 2016.
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