terça-feira, 14 de abril de 2015

FRACASSO DOS PROTESTOS ENCERRA TERCEIRO TURNO




Do "Brasil 247"



Por Paulo Nogueira



O flop sensacional dos protestos de hoje tem um significado essencial: acabou, enfim, o terceiro turno, depois de mais cem dias de governo Dilma.

Foi um final melancólico para os esperançosos de um golpe contra os 54 milhões de votos – um grupo diversificado que vai dos coronéis da mídia até aquela massa ignara formada por analfabetos políticos.

Os protestos se esvaziaram de pessoas, e a excentricidade boçal e desinformada foi se acentuando.




Um cartaz que viralizou dizia, por exemplo, que

Outro [no RJ] afirmava que Dilma tinha três opções: renunciar, ser derrubada ou se matar.



Malucos mais uma vez pediam um golpe militar em inglês. E o direitista punk do Movimento Brasil Livre, do alto do fiasco do espetáculo que tentou comandar, disse que é preciso meter uma bala na cabeça do PT.



Em meio a essas cenas beligerantes, a "Globonews", como assinalou um tuiteiro, insistia em destacar o “caráter pacífico e familiar” dos protestos.

Numa das melhores tiradas do dia, o tuiteiro escreveu: “A Globonews insiste em dizer que famílias inteiras estão nos protestos. Ora, fodam-se as famílias inteiras.”

Pausa para rir.

Nesse estertor de terceiro turno, não podiam faltar também os números inflados. A PM, depois do célebre milhãofurado da vez anterior, recuou para um pouco mais de 200 mil pessoas na Paulista.

O "Datafolha" foi mais modesto: 92 mil no pico, às 16 horas.

Mesmo assim, as imagens de grandes vazios na avenida Paulista deixavam dúvidas quanto à precisão do prognóstico do "Datafolha".

Um amigo me escreveu: “Como disse Wellington, quem acredita nestes 100 mil acredita em tudo.”

Derreteu-se o exército de manipulados que decidiram vestir a camisa da seleção e ir para as ruas. Não deixarão saudade, em sua imensa tolice.

Eles demoraram uma eternidade a entender que perderam as eleições, mas agora acordaram para a realidade.

Resta Dilma também acordar para o fato de que ela venceu. Não deve haver registro, na República, de um vitorioso em eleições presidenciais com ares tão derrotados.

Isso deu margem a que neoudenistas como FHC, Serra e Aécio agissem como napoleões de hospício, e adotassem um ar triunfal em nada compatível com os resultados das urnas.

Dilma deveria pegar um calendário que inclua todos os dias que restam até o final de seu segundo mandato. E a cada dia, a cada folha arrancada, verificar se fez todas as tarefas que estão por fazer.

Ela tem três anos e nove meses para fazer coisas como o desmame das grandes empresas de mídia, historicamente acostumadas a viver do dinheiro público sob múltiplas formas.

Nada é tão imperioso como isso, porque os coronéis da mídia se batem ferozmente contra todos os avanços, como se viu agora no caso da terceirização.

Da "Globo" à "Folha" e à "Abril", as empresas jornalísticas precisam de um choque do capitalismo que pregam para os outros.

Fora todas as mamatas públicas, ainda hoje elas vivem protegidas da concorrência estrangeira, o que é simplesmente uma obscenidade.

Se o PT aspira a ter futuro depois deste governo, vai ter que enfrentar coisas que preferiu fingir que não via.

A hora é essa – com o final do terceiro turno."

FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Nogueira, do 'Diário do Centro do Mundo'. Transcrito no portal "Brasil 247"   (http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/176895/DCM-fracasso-dos-protestos-encerra-terceiro-turno.htm)  e (http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-fracasso-dos-protestos-encerra-enfim-o-terceiro-turno-por-paulo-nogueira/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=o-fracasso-dos-protestos-encerra-enfim-o-terceiro-turno-por-paulo-nogueira).

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