sábado, 25 de abril de 2015

'Corrupção é página virada na história da Petrobras'

Para o diretor de entidades dos trabalhadores da estatal, imprensa busca sujar imagem da empresa para justificar uma privatização
por Redação RBA publicado 24/04/2015 16:14, última modificação 24/04/2015 19:06

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João Antonio Moraes: 'Nós, trabalhadores não temos vergonha, e sim orgulho do nosso resultado'
São Paulo – Em entrevista hoje (24) à repórter Thelma Torrecilha, da Rádio Brasil Atual, o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) João Antônio de Moraes analisou o balanço da Petrobras divulgado essa semana. Segundo afirmou, o sentimento é de orgulho. "O primeiro dado que temos em relação ao balanço é que a corrupção é uma página virada na história", resumiu.
Segundo o diretor, a partir do terceiro semestre de 2014, a empresa alterou sua metodologia de apuração de resultados e, desde então, vem protelando a publicação de novos balanços. “Para uma empresa que tem parte do capital aberto, com presença em vendas de ações na Bolsa de Nova Iorque e Londres, isso causou um problema grave para a companhia para buscar financiamento para as diversas atividades que ela desenvolve no país e que é tão importante para o povo brasileiro", afirmou.
Para Moraes, os resultados de 2014 foram positivos ao comparar com outras petroleiras internacionais. "O lucro bruto da companhia teve um aumento de 15% em relação a 2013. O que levou ao prejuízo de 21 bilhões de reais foi em função das baixas dos ativos e da queda do barril de petróleo, não os 6 bilhões de reais da corrupção. E se não houvesse a queda do barril, a Petrobras teria um lucro 15% maior", analisou.
Ao ser questionado sobre as declarações do atual presidente Aldemir Bendine, que pediu desculpas ao povo brasileiro, João Antonio disse que não houve a mesma postura com os trabalhadores, ao contrário, houve comemorações dentro da empresa, já que o resultado foi positivo. "Não temos vergonha, e sim orgulho. Nós queremos que os culpados sejam punidos, no entanto, somos maiores e os números mostram isso".
O diretor também comentou sobre o endividamento da Petrobras, afirmando que a alavancagem só não foi possível em função de diversos motivos, um deles é a represagem de preços, abatendo no caixa da empresa, sem possibilidade de aumentar o investimento para seu desenvolvimento.
"Um dado principal de uma empresa de petróleo são as suas reservas, e o quanto ela aumenta suas reservas para poder continuar produzindo. Nenhuma petroleira mundial teve esse crescimento de reservas como a Petrobras teve. O pré-sal foi uma dádiva nesse sentido, porque só as reservas do pré-sal representam, em quantidade, três Petrobras. Uma reserva de petróleo quando é descoberta no mundo, leva cerca de 15 anos para começar a produzir e nós levamos apenas oito anos para extrair o pré-sal, que é responsável por 40% da nossa produção. Então nosso trabalho tem dado resultados promissores para o povo brasileiro", explicou.
Moraes foi firme ao responder sobre se há algum golpe contra a empresa e afirmou que a mídia está tratando a Petrobras como uma empresa completamente corrupta, o que em sua visão é um desserviço da chamada grande imprensa para o país.
"Eu não tenho nenhuma dúvida que fazem isso para justificar uma privatização. Tentaram a vida inteira colocar o nosso país de joelhos para os interesses internacionais, e continuam fazendo esse trabalho de sabotagem contra o povo brasileiro. Não é à toa que existem dois projetos de (autoria de parlamentares) tucanos – José Serra e Jutahy Magalhães – no Congresso Nacional, que buscam internacionalizar o pré-sal. Nesse sentido, agem extremamente articulados com a imprensa nacional, que fazem esse cerco para destruir a imagem da maior realização econômica do Brasil", concluiu.

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