sábado, 17 de março de 2012

Gilberto Gil: Fico chocado e quase deprimido com violência no Brasil

Bob Fernandes e Claudio Leal
De Salvador (BA)
"Eu sou mofino, não gosto de briga", autodefine-se Gilberto Gil, perto de completar 70 anos, numa tarde de conversa em seu apartamento em Salvador, na véspera do início do carnaval. Nesta entrevista exclusiva a Terra Magazine, ele confessa espanto com a violência no País. No colégio, sempre correu de briga. Nunca praticou a vã valentia. Durante a greve da Polícia Militar da Bahia, em fevereiro, o compositor permaneceu na capital baiana e acompanhou a elevação do número de homicídios - uma parte atribuída a policiais -, confrontando seu espírito mofino com a brutalidade do verão.
- Eu fico chocado, eu fico abalado, eu fico agoniado, eu fico angustiado, eu fico quase deprimido! Quase deprimido. Porque eu sou, por natureza, uma pessoa mofina. Eu puxei a minha mãe.
Sempre ressaltando que observa "o todo" e não se perde em "detalhes específicos", o músico percebe uma ebulição no Brasil e no mundo, tanto pelos protestos globais, quanto pelo crescimento da violência.
Na primeira parte da entrevista, Gilberto Gil avalia o caos urbano nas metrópoles brasileiras e opina sobre o debate nacional em torno das drogas, ao qual está ligado desde os anos 70. Ele defende a cantora Rita Lee, levada à delegacia, em Aracaju, sob acusação de desacato e apologia ao crime. Em 28 de janeiro, ao ver um tumulto entre policiais e espectadores, Rita declarou, no palco: "Vocês são legais, vão lá fumar um baseadinho".
- É um fenômeno cultural novo, que tem que ser encarado, pelo menos as drogas têm que ser hierarquizadas minimamente, no sentido dos seus impactos na saúde, na vida, na disposição para maior ou menor violência. (...) Em resumo, eu acho que essa questão andou, tem andado melhor no Brasil... É por isso que eu acho que o episódio da polícia, em Aracaju, é totalmente fora do tom. A Rita teve toda razão quando chegou e disse assim: "Vocês vão procurar maconha? Vão encontrar..." Isso é hora de procurar alguém que está fumando maconha, para prender? Não era hora - crava o tropicalista.
Ex-ministro da Cultura do governo Lula, Gilberto Gil prefere não analisar a gestão de Ana de Hollanda e esclarece por que tem evitado virar porta-bandeira de críticas às mudanças ocorridas no setor desde a posse da presidente Dilma Rousseff.
- Vou rechaçar sempre, não tenho o menor interesse em alimentar isso, em falar em nome daquilo que por razões justas ou não queira se opor à gestão dela (Ana), ao desempenho dela. Não interessa, não faz sentido. Eu vou ajudar em que fazendo isso? Em nada. Quem tem que fazer a crítica à gestão dela, como fez a crítica à minha gestão, como fez e fará depois, é a sociedade, é o conjunto.
Nascido em 26 de junho de 1942, o músico fará uma série de shows, a partir de maio, para comemorar os 70 anos em quatro cidades brasileiras. Será acompanhado por orquestras sinfônicas.
Confira a entrevista.
Terra Magazine - No carnaval deste ano, a Tropicália se mudou para São Paulo? 
Gilberto Gil - Foi uma escola de samba homenageando. E aí vão algumas das figuras (do Tropicalismo): Rita (Lee), Caetano... A escola é a Águia de Ouro.
Sem rua na Bahia?
Sem rua, só no camarote ("2222", em Salvador). Eu já não estou na rua há quatro anos.
O último ano foi com Jorge Ben?
O último ano com Ben Jor, Claudinha (Leitte)... Não faço. Quem tem segurado a varanda elétrica (do camarote) é a Preta.
Subir no trio elétrico já provoca um desgaste?
Meu problema com o trio foi a voz. Eu não tenho mais voz para aguentar cantar seis, sete horas seguidas durante pelo menos quatro dias de carnaval. Os meninos daqui cantam direto cinco dias. Durval (Lélys), Bell (Marques), Ivete (Sangalo), Daniela (Mercury), Margareth (Menezes) e tal cantam direto seis, sete horas todos os dias. Já fazem antes do carnaval. Além de terem um treinamento, são condicionados para aquilo, porque já vêm fazendo de muito tempo. Eles têm adotado as técnicas de fonoterapia...
E de malhação!
Malhação de corda vocal. Fazem mesmo isso. Conheço até uma das fonoaudiólogas, Janaína, mineira... Estive na clínica dela, há um mês atrás. Ela assiste vários deles, aqui e em muitos lugares. Muitos (cantores) sertanejos, esses meninos que entraram na lógica da racionalidade profissional. Um dos aspectos disso é cuidar da voz, da ferramenta (risos). Eu parei com trio porque é um desgaste. Às vezes eu pensava: poderia fazer como Osmar (Macedo, um dos inventores do trio) fazia, ficava ali representando, de vez em quando ele pegava, Armandinho representando a família toda... Mas eu disse "não", não vou aguentar fazer isso.
Poderia virar uma figura de cera.
Eu falei: melhor não. Eu parei.
Você que fez e viveu vários carnavais, há essa discussão de que o carnaval da Bahia está assim, está assado... Em que estágio está? A mistura entre o público e o privado está demasiada? Ou isso reflete o país?
É isso o que eu acho: o carnaval não é nada mais, nada menos, do que o momento de representação do que é a sociedade hoje, do que é o Brasil, do que é o mundo. Se você fala de países como o Brasil, emergindo fortemente, com uma diversidade cultural brutal, com diversidade racial, com amálgama cultural, com convergência de interesses variados do mundo inteiro, do grande mundo corporativo mundial... As grandes corporações financeiras, as grandes corporações de comunicação, de internet agora, de construção, estão migrando. Por exemplo, a Espanha, em crise, está migrando uma grande parte dos negócios em vários setores. Migrando para o Brasil, migrando para a Bahia, para o Nordeste.
Mesmo de Portugal.
E mesmo de outros países mais sisudos, mais autocentrados. Isso, enfim, acaba tendo um impacto brutal na vida da cidade. E tem a questão da inclusão de setores pauperizados da população brasileira, que começaram a ter um patamar de classe média... Eles começam a demandar. A explosão da construção civil é decorrência também disso. Porque aí já não é a questão de discutir o modelo da construção civil, pois esse modelo está implantado. Me lembro das grandes queixas do Rio de Janeiro...
Em Copacabana.
Há trinta, quarenta anos atrás, quando a explosão imobiliária chegou ao Rio. Me lembro dessa discussão em São Paulo, quarenta anos atrás, com a coisa da urbanização, dos viadutos, dos minhocões etc. Não é nem essa questão que está se discutindo. Hoje, a questão candente no Brasil não é nem esse modelo, porque ele parece definitivamente implantado. O que está se discutindo agora é o estágio de energização desse modelo. Essa energia que está vindo da emergência brasileira, da entrada de capitais, da inclusão de setores pauperizados nos níveis iniciais de classe média, cria uma explosão.
Você sendo quem é, tendo sido há pouco ministro da Cultura, não teria uma percepção acrítica da explosão imobiliária sem controle algum...
O que estou querendo dizer é que esse modelo brasileiro, com essa coisa desregulada, caótica... A crítica a esse modelo, dos primeiros impactos, das primeiras angústias com relação a isso, datam de trinta anos atrás. É isso que estou querendo dizer.
Mas, Gil, no Brasil não existe um planejamento das cidades, das metrópoles. E aí, quando surge essa explosão imobiliária, por exemplo, em Salvador...
Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Recife...
Talvez Porto Alegre escape.
Talvez, um pouco. Em Curitiba, você teve na época do Jaime Lerner alguma preocupação com a regulação e com o design. As outras cidades, basicamente, não tiveram isso. As últimas intervenções planejadas que Salvador teve foram na época de (Diógenes) Rebouças, né? Há sessenta anos atrás, com as avenidas de vale...
Os planos urbanísticos de Mário Leal Ferreira. Mas isso não significa que não se vá ficar ali no pé do prefeito, né?
Ao contrário. A vigília, a crítica, tem que ser permanente. Até porque essas questões todas que estou colocando aqui, as novas gerações nem sabem. Elas já nasceram inseridas no novo modelo, não percebem a diferença. É preciso recuperar a história dos modelos de intervenção, é preciso recuperar a crítica a esses modelos. Você veja, por exemplo, o Rio de Janeiro com a Olimpíada, com a Copa do Mundo, com o crescimento do turismo e do interesse mundial pelo Brasil. Começa a se mexer. Porque isso é cada vez mais informação, a informação circula mais intensamente, a população do Rio de Janeiro começa a estar mais consciente. O Rio começa a se mexer um pouco.
Até pelo que viveu nos últimos tempos.
Os problemas decorrentes disso, de várias questões da intervenção humana, da mão do homem na natureza e vice-versa, a natureza respondendo ao homem. O Rio de Janeiro está se mexendo. Salvador vai ter que se mexer já.
Como você vê movimentos como o "Desocupa Salvador"? Você está acompanhando?
Eu vi, acho que eles são isso: sinais da cidadania informada.
E a palavra é boa. Desocupa.
"Desocupa", uma brincadeira com as queixas com o prefeito (João Henrique Carneiro), com a movimentação global, mundial, para imitar também... Tem essa coisa da moda... Tem tudo! (risos) O "desocupa" é tudo isso. É que nem nós, há trinta anos atrás, deixando crescer os cabelos e logo depois fazendo as tranças, e etc. É tudo para fazer as convergências das revoltas, como diria Oswald de Andrade. Pela convergência de todas as revoltas, pela contribuição milionária de todos os erros! (risos)
A gente pode perceber várias coisas num país deste tamanho...
E conversar comigo tem uma dificuldade: eu só sei falar do que eu percebo, do meu modo de perceber! Quando vai para o detalhe... O detalhe da política específica, eu não tenho muita habilidade para enxergar. O detalhe da antropologia, muito específico, eu enxergo, mas não elaboro muito bem essa visão. Então, eu sou generalista por natureza. Eu falo um pouco isso porque eu tenho mesmo dificuldade.
Não sei se você percebe, mas houve o episódio da prisão de Rita Lee, em Aracaju, a desocupação de Pinheirinho, a retirada da Cracolândia, em São Paulo... Neste momento, não há uma truculência?
Eu também acho. Sempre está aí, sempre esteve, mas de vez em quando aparece com mais nitidez. O que os analistas mais atentos, mais cuidadosos e, de certa forma, mais honestos, dizem dessa coisa toda? O projeto de emenda constitucional, a PEC 300...
Isso em relação à greve das polícias.
...Está no substrato para esse tipo de mobilização específica das polícias. Aquele episódio envolvendo a Rita, em Aracaju, foi nitidamente uma forçação de barra da polícia.
E os casos de Pinheirinho e da Cracolândia?
Também! Os episódios aqui de Salvador (na greve da PM), com os excessos, sem dúvida alguma estão na base disso, com as notícias que tivemos de que havia articulações políticas interessadas em desestabilizar governos. Interpartidárias e fora dos seus próprios partidos... Então, a análise mais atenta, mais capacitada, mostra que tem truculência.
O movimento policial está em busca de uma ascensão?
Por isso a adoção do modo reivindicatório via cultura sindicalista... Eles se arvoram a ultrapassar o limite frágil da desobediência civil. Eles, como militares, se permitem um pouco ao modelo da desobediência civil. Isso é complicado porque são forças armadas.
Mas a truculência tem um lado da estética. Você está acompanhando esse fenômeno do MMA, da luta livre? Tem um fervor da truculência física.
Isso já está em vários outros campos. Você vê os meninos todos marombados. Não é mais um fenômeno brasileiro, não. A coisa do excesso de culto à juventude...
A agressividade no futebol...
A agressividade no futebol, a volta do racismo na Itália, na Espanha, com as torcidas manifestando racismo contra os jogadores africanos e brasileiros. E agora com a luta política, com a rivalidade futebolística. Agora sou eu outra vez que fico olhando as coisas pelo todo, porque é minha mania, é a única maneira que eu sei, é só como eu posso contribuir um pouco. Essa civilização está num momento de ebulição. É um fenômeno. É um momento civilizatório global, e o Brasil com suas particularidades, com suas assimetrias históricas que foram se acumulando e que, nessa hora, aparecem muito mais.
Voltando ao episódio da greve na Bahia. Houve, nesse período, mais de 150 homicídios. Isso provocou um certo choque nacional, por causa da imagem mítica da Bahia...
Um crescimento de 50%.
Mas em alguns finais de semana, sem greve, são mortas 12 pessoas na região metropolitana...
14, 15. A média era essa. A média foi extrapolada.
Como essa violência lhe toca, lhe atinge como cidadão?
Claro que me toca. Eu fico chocado, eu fico abalado, eu fico agoniado, eu fico angustiado, eu fico quase deprimido! Quase deprimido. Porque eu sou, por natureza, uma pessoa mofina. Eu puxei a minha mãe. (risos) "Chega benção de Claudina/ Anda minha mãe mofina". (risos) Eu sou mofino, não gosto de briga.
Só briga oral?
É, no colégio eu nunca briguei, só fugia da briga. Todos os meninos, por uma questão de força, da chegada da puberdade, do hormônio, queriam brigar. Fazia parte dos jogos de exibição da masculinidade. Eu corria, não queria nada disso. Não gosto. Então, me angustia muito. Foi uma coisa interessante porque a população baiana, apesar de toda essa euforia, desse destemor aparente... Para estar atrás do trio elétrico é preciso ter esse destemor! (risos) "Mete o cotovelo e vai abrindo o caminho/ Pegue no meu cabelo/ Pra não se perder e terminar sozinho..." (referência a Um frevo novo, de Caetano Veloso). Eu nunca fui atrás do trio elétrico. Nunca tive coragem. Não sou dessa turma. (risos) Fiz esse parêntese longo para dizer o seguinte: essa minha agonia, esse meu temor, um pouco passou para a população baiana toda. Foi uma das primeiras vezes que eu vi a cidade atemorizada.
Como no ataque ao PCC, em São Paulo, quando três presos dirigiram os ataques e toda a cidade fechou as portas.
A cidade se atemorizou. É isso.
Em "Banda Larga Cordel", você tem uma música chamada "Os pais", que fala da questão das drogas nas famílias. De que forma a questão das drogas está sendo levada, hoje, no Brasil? Como ela afeta a questão da violência?
Os interlocutores que falam pela sociedade, que vocalizam as expectativas do conjunto da sociedade junto às elites dirigentes, esse pessoal está se mexendo. Vou dar o exemplo de Fernando Henrique Cardoso...
Que deu meia-volta.
Gestos interessantes, importantes no sentido de dizer: peraí, gente, está na hora de a gente civilizar um pouco mais essa questão.
É uma postura sua antiga.
Imagina! No meu caso...!
Muito anterior ao Fernando Henrique...
(risos) É uma questão cultural em si, com a capacidade abranger aspectos importantíssimos da vida cultural. É evidente. Hábitos, estilos de vida, todas essas coisas que entram. Esses setores responsabilizados e responsáveis, porque eles nos representam, alguma parte do setor político, lideranças intelectuais, esse pessoal está se mexendo. Eu dei o exemplo do Fernando Henrique Cardoso. Tem muitos outros, mas eu acho que basta para ilustrar esse novo patamar. Na própria sociedade também, eu tenho a impressão de que as famílias que se mantinham irredutíveis em uma posição conservadora, isso também começa a ser quebrado. É um fenômeno cultural novo, que tem que ser encarado, pelo menos as drogas têm que ser hierarquizadas minimamente, no sentido dos seus impactos na saúde, na vida, na disposição para maior ou menor violência. Também a sociedade começa a responder melhor.
Em resumo, eu acho que essa questão andou, tem andado melhor no Brasil, com os pequenos graus de descriminalização. É por isso que eu acho que o episódio da polícia, em Aracaju, é totalmente fora do tom. A Rita teve toda razão quando chegou e disse assim: "Vocês vão procurar maconha? Vão encontrar..." Vão procurar felicidade e alegria? Vão encontrar. São uma série de coisas que fazem parte desse mundo cultural. Vocês vão encontrar. Isso é hora de procurar alguém que está fumando maconha, para prender? Não era hora.
Num show de Manu Chao, na Via Funchal, "the men in black", aqueles seguranças sempre de gravata e terno pretos, pegavam na tora meninos que fumavam um baseado... Ao mesmo tempo, deixavam correr uma covardia de "pit-bulls" que trocavam cabeçadas e agrediam quem estava do lado durante todo o show.
Não faz sentido. Alguma coisa está desequilibrada.
Você fala da política e diz que tem paciência pro todo, mas não tem para o específico. Mas você enfrentou durante anos batalhas no Ministério da Cultura, que exigiam...
Pois é, foco!
Missões específicas.
Territorialidades! (risos) Pois é, mas às vezes a vida leva a gente a isso. No próprio carnaval, eu não sou de ir atrás do trio elétrico, mas estou lá.
No congresso Digitália, você rechaçou uma pergunta que vinha no sentido de lhe colocar em choque com a ministra Ana de Hollanda.
Vou rechaçar sempre, não tenho o menor interesse em alimentar isso, em falar em nome daquilo que por razões justas ou não queira se opor à gestão dela, ao desempenho dela. Não interessa, não faz sentido. Eu vou ajudar em que fazendo isso? Em nada. Quem tem que fazer a crítica à gestão dela, como fez a crítica à minha gestão, como fez e fará depois, é a sociedade, é o conjunto.
Você não quer ser porta-bandeira?
Não, eu não preciso, ainda que alguém diga: "Ah, mas você é um cidadão. Além do mais, você já foi ministro, sabe o que era aquilo, pode dar uma opinião, pode dizer". Não vejo.
Naquele dia, lhe incomodou seu ministério ser colocado como um ponto fora da curva?
Não, não, isso não me incomoda, não. Me lembro que Juca (Ferreira) disse: "Não, não é um ponto fora da curva!". Outros disseram não... Eu acho que é um pouco fora da curva, sim. Mas foi o que eu disse: voltar para dentro da curva também é um movimento.
Porque teve que deslocar...
A curva já foi deslocada para outro ponto... (risos)
Passado esse tempo, como você percebe a figura de Lula, nas retas e nos pontos fora da curva?
Esse grande representante da exclusão, do mundo da exclusão, em todos os sentidos, que veio e teve a oportunidade, a quem o País ofereceu para tomar consciência disso, de fazer um rodízio das elites, porque era preciso trazer inovação e renovação à elite política. Ele representa isso. Ao mesmo tempo, Lula, pelo longo período de vivência no mundo político, reproduz também os velhos modelos. Ele é também, numa certa medida...
Um para-raio?
Ele é tracionado pelo conservadorismo político.
A personalidade de Lula ainda não tem uma marca muito forte do retirante pernambucano, que busca a sobrevivência, que procura sobreviver na política, fazendo todos esses arranjos?
Isso pode se incluir naquele primeiro aspecto que eu ressaltei. Dos excluídos que emergem. O país finalmente oferece condições, possibilidades, e até recepciona com uma certa alegria a ascensão desse excluído.
E a presidente Dilma Rousseff?
É um desdobramento disso. É uma mulher, uma ex-contestadora radical do sistema político e da situação sócio-econômica do País. Ela foi eleita, ela representa, ela foi apoiada e indicada por Lula, se beneficiou disso para se eleger.


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