A
chef argentina Paola Carossella defendeu nesta sexta-feira a comunicação com os
consumidores como forma de combater o uso de agrotóxicos. “As pessoas não sabem
o que está acontecendo”, disse ela, durante seminário promovido pela Comissão
Especial sobre Fitossanitários da Câmara dos Deputados. “Existe uma enorme
desinformação. O que a gente pode fazer é comunicar”.
Jurada
do Masterchef, reality show sobre gastronomia da Band, contou que, ao se tornar
mais conhecida, as pessoas começaram a perguntar sobre a viabilidade do consumo
de comida orgânica. E a falar que se trataria de uma comida elitista. “Será?
Conheço restaurantes caríssimos que não servem orgânicos. Não creio que as
pessoas que produzem agrotóxicos estejam comprando cesta orgânica”.
Paola
gostaria de comprar 1 quilo de abobrinha sem agrotóxico. “Não estou nem falando
de um frango assado processado. Mas de abobrinha. A abobrinha deixou de ser
inocente. O abacaxi deixou de ser inocente, a cebola deixou de ser inocente.
Você quer fazer uma salada e sustenta outras coisas que não sabe. Precisamos
ensinar ao consumidor o que está acontecendo”.
Durante
sua fala, no seminário organizado pelo deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), a
chef disse que comida não poderia ser uma commodity, ou seja, uma mercadoria
para ser vendida em grande escala. “Virou um negócio para tão poucos”,
lamentou-se.
Ela
observou que não consegue comprar 100% de comida orgânica. “Nasci em casa que
tinha uma horta e os orgânicos eram a única coisa que existia. E eu tenho 44
anos, não faz tanto tempo. Agora estamos matando nossos filhos com suco de
laranja”.
A
chef lembra que comer é um ato político. Mas não podemos só apontar o dedo. “Mas
fazer ações amorosas, inclusivas. Sim, podemos ter uma ambição menos desmedida.
É possível fazer negócio sem espremer as pessoas como laranja”.
Como
aconteceu com o tabaco, completa Paola. “E que isso se espalhe, mais
rápido que os pesticidas. Que a gente pulverize a
informação”.
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