Na próxima quarta-feira, 17 de fevereiro, os movimentos sociais farão um ato de solidariedade ao ex-presidente Lula em frente ao Fórum de Justiça da Barra Funda, na capital paulista. Na ocasião, o líder petista prestará depoimento ao sinistro promotor Cássio Conserino - que não esconde sua ligação com forças hidrófobas da direita. "Lula é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo", será um dos gritos de guerra da manifestação de desagravo, que é convocada pela CUT, CTB, UNE e MST, entre outras entidades. Diante do odioso cerco ao ex-presidente - que une setores do Ministério Público Federal e da PF e conta com o bumbo diário da mídia golpista -, o ato de solidariedade é mais do que justo.
Com o fracasso momentâneo da tese do impeachment, a direita nativa adotou uma nova tática, que consiste em "sangrar" Dilma e "matar" Lula. O objetivo é encurralar o governo, inclusive forçando a adotar o programa neoliberal derrotado nas urnas em 2014, e desgastar ao máximo a imagem de Lula, afastando a possibilidade da sua ameaçadora candidatura presidencial em 2018. Como não dá para anular o seu legado - marcado por importantes avanços sociais -, o esforço dos moralistas sem moral é para cravar no imaginário popular a ideia de que Lula se lambuzou no poder.
Nesta cruzada insana, vale tudo: do triplex no Guarujá, que nem chegou a
ser adquirido; aos passeios no sítio de um amigo em Atibaia; até a
compra de um bote de lata - tratado como iate - e dos famosos
pedadilhos. O ex-presidente, que se tornou um dos palestristas mais bem
pagos do mundo devido aos êxitos sociais do seu governo, não pode
possuir nada. É uma questão de classe, de ódio de classe. Já o
cambaleante Aécio Neves pode usar jatinhos oficiais para carregar seus
amigos globais e o caquético FHC pode até comprar um apartamento em
bairro nobre de São Paulo para a sua jovem esposa.
Do seu luxuoso triplex, construído ilegalmente numa área de preservação
ambiental em Paraty (RJ), a famiglia Marinho usa seu jornal e revista,
além da sua tevê aberta e a cabo e sua rádio CBN - que são concessões
públicas - para destruir o operário que ousou subir a rampa do Palácio
do Planalto. Outras oligarquias midiáticas - Frias, Mesquita e Civita -
também disparam torpedos diariamente. O velho udenismo, erguido para
destruir as imagens de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João
Goulart, volta a ser utilizado com uma intensidade ainda mais
devastadora.
A direita brasileira - incrustada nos aparatos do Estado e nos aparelhos
de hegemonia da sociedade - nunca teve escrúpulos ou limites. Ela não
cai na conversa fiada do tal republicanismo, não vacila nos seus
intentos. Diferentemente de setores da esquerda, que sempre estão na
defensiva em um típico complexo de pequenez, ela é implacável. Para ela,
a democracia tem valor puramente funcional. Caso seus interesses sejam
colocados em risco, ela não titubeia em pregar a desestabilização
econômica e o golpismo político. Mesmo diante de governos de "reformismo
brando", como os de Lula e Dilma, ela mostra as suas garras. Não se
deve duvidar da capacidade da direita de promover barbaridades.
Daí a importância da manifestação de desagravo desta quarta-feira, 17.
Só os movimentos sociais nas ruas podem barrar a cruzada fascista para
"sangrar" Dilma e "matar" Lula - ou levá-lo para a cadeia! Em recente
conversa, o ex-presidente lamentou o nível de baixaria contra ele
deflagrado por setores do MPF, da PF e da mídia. "Eu nunca fiz disputa
fora da política. E agora, comigo, estão passando desses limites. Estão
jogando abaixo da linha da cintura. Há um projeto para me destruir, e ao
nosso legado", relata Mônica Bergamo. É a defesa deste legado e da
democracia que está em jogo!
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