Seguindo as ordens da elite empresarial, que fomentou e bancou o "golpe dos corruptos", o governo ilegítimo do Judas Michel Temer parece estar disposto a fazer todos os males de uma vez. Além dos cortes bruscos nos programas sociais, como no "Bolsa Família" e no "Minha Casa Minha Vida", ele já acelera os passos para a famigerada reforma da Previdência. Nestas cinco semanas de interinidade, várias reuniões ocorreram em Brasília para orquestrar a regressão social. Nem os cupinchas do golpe, como o "sindicalista" Paulinho da Força, estão animados com as tais "negociações". Eles rogam para que o golpe da Previdência seja feito só depois das eleições municipais, evitando maiores desgastes.
Mas nem esta maquiagem os golpistas aceitam. Na
terça-feira (14), numa nova rodada de conversas, o governo interino se
comprometeu em prorrogar a discussão do tema somente até julho. Segundo o
noticiário, a reunião com os sindicalistas que legitimaram o golpe foi
tensa. A ideia inicial de Michel Temer era enviar até o final deste mês a
proposta da reforma previdenciária ao Congresso Nacional. Como não
houve consenso, o governo aceitou postergar a discussão em apenas mais
um mês. Isto não significa que haverá apoio à regressão até dos líderes
sindicais que apoiaram o golpe dos corruptos.
O único consenso dos oportunistas
Há vários pontos inegociáveis até para os oportunistas que traíram as
suas bases sindicais. O governo golpista, totalmente comprometido com as
teses neoliberais, insiste na imposição da idade mínima da
aposentadoria aos 65 anos e na igualdade entre homens e mulheres. Também
não há acordo sobre o tempo de transição para a vigência das novas
regras. O banqueiro Henrique Meirelles, o todo-poderoso ministro da
Fazenda, insiste em implantar as maldades de imediato, sem qualquer
transitoriedade. Já os "sindicalistas" e até outros integrantes do
governo pregam alguma regra de transição para evitar a revolta dos
trabalhadores que estão na ativa - principalmente em um ano de eleições
municipais.
Na reunião desta terça-feira parece que o único consenso encontrado
entre os oportunistas foi sobre a urgência da legalização da jogatina
para "cobrir o déficit previdenciário". Segundo relato da Folha, "o
governo demonstrou disposição em apoiar projeto de lei no Congresso
Nacional que legaliza os jogos de azar no país, o que arrecadaria R$ 15
bilhões por ano e, como explicou o ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha, criaria uma 'fonte permanente de arrecadação' para a
Previdência Social. O Palácio do Planalto deixou claro, contudo, que as
medidas sugeridas pelas centrais não seriam suficientes para quitar toda
a dívida da Previdência Social". Daí a insistência na ampliação da
idade da aposentadoria e na recusa em aceitar qualquer regra de
transição.
Empresários aplaudem a regressão
Ainda segundo o texto da Folha, "o Palácio do Planalto considera
indispensável que propostas como idade mínima e igualdade entre gêneros
tenham impacto a trabalhadores já inseridos no mercado de trabalho. As
centrais sindicais [sic] já admitem a fixação de uma idade mínima, mas
apenas para os novos contribuintes. Em relação ao gênero, elas discordam
da igualdade, mas reconhecem que podem apoiar a redução da diferença de
cinco para três anos". Haja traição! Será que o deputado Paulinho da
Força terá coragem para defender estas regressões nas portas das
fábricas de São Paulo? Esta tarefa não será fácil nem mesmo com a
cobertura favorável da mídia patronal e manipuladora.
Até agora, o golpe da Previdência orquestrado pelos neoliberais que
tomaram de assalto o Palácio do Planalto só conta com o apoio
entusiástico dos empresários. Em meados de maio, Henrique Meirelles
viajou a Nova York, nos EUA, para participar de um convescote de ricaços
brasileiros. Na ocasião, ele defendeu de forma enfática a imposição
imediata da aposentadoria aos 65 anos, inclusive para os que estão na
ativa. Foi aplaudido e bajulado. "Não tem jeito. Ou o Brasil quebra",
comemorou Fábio Hering, dono da Hering. A pergunta que perturba até os
golpistas, porém, é como será a reação do trabalhador, mesmo do
"midiota" manipulado pela imprensa, que está prestes a se aposentar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário