Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
“Chico [Buarque] foi meu grande parceiro. Faz tempo que a política nos separou, mas não influenciou no carinho que tenho por ele”, contou Fagner ao Glamurama.
“Perdi um amigo que amo muito. Infelizmente, porque a política deveria ser uma coisa à parte”.
Na verdade, nunca foi uma coisa à parte para um ou outro.
Se Chico permaneceu coerente em suas posições à esquerda, Fagner migrou no sentido contrário.
Isso, em si, não deveria ser motivo para acabar com uma relação. Fagner poderia ter se tornado um conservador inteligente.
Preferiu virar um Lobão da MPB, ídolo de uma turma que considera Chico um comunista safado que vive em Paris tomando champanhe etc etc — aquela discurseira débil mental clássica.
Virou também papagaio de pirata de Sergio Moro.
A aproximação entre os dois começou em 2015, quando Raimundo Fagner fez uma canção em homenagem a Moro, esse “grande brasileiro que ele está se revelando, a sua competência e a sua coragem”.
Os dois haviam sido apresentados num prêmio.
Um verso enigmático fala que “quem tem tudo na mão não corre atrás”.
Esse pesadelo é repetido infinitas vezes como um refrão inacabado.
Num vídeo caseiro, o menestrel agradece: “Parabéns por você existir nesse país difícil de aturar, mas você existe. Falou, parceirão, grande abraço”.
Fagner e Moro experimentaram momentos inesquecíveis desde então.
Entre eles, um encontro numa churrascaria de Curitiba (Joaquim de Carvalho escreveu sobre esse encontro no DCM).
Na ocasião, no meio dos convivas, Fagner dedicou-lhe a insuportável “Guerreiro Menino”, do chato Gonzaguinha, imortalizada na voz cheia daquelas gorgolejadas do cearense.
“Guerreiros são pessoas/ São fortes, são frágeis/ Guerreiros são meninos/ No fundo do peito”.
E então aquele refrão: “Não dá pra ser feliz/ Não dá pra ser feliz…” Moro ouve com um ar circunspecto, chopinho na mão.
Fagner também esteve no Paraná numa excursão da qual faziam parte intelectuais como Suzana Vieira, Lucinha Lins, Victor Fasano, Luana Piovani e um sujeito que participou da Casa dos Artistas.
A militância vem de longa data.
Já apoiou Lula (em 1989), Tasso Jereissati, Marina (em 2010). Em 2014, foi de Aécio Neves. “Não defendo partidos e não fico em cima do muro”, disse ele.
Antes ficasse.
Declarou que conhecia a “trajetória” de Aécio. Hoje Aécio não recebe mais suas mensagens de WhatsApp.
Fagner despontou em 1978 com o LP “Eu Canto”, que tinha uma bonita versão de “Jura Secreta” e outra de “As Rosas Não Falam”.
(O primeiro disco contava com a belíssima “Mucuripe”, que Fagner considera sua obra prima, parceria com Belchior.)
Estourou com “Noturno”, de 1980, tema da novela “Coração Alado” e emplacou na sequencia a detestável “Borbulhas de Amor”, que ganhou nas redes uma releitura denominada “Borbulhas de Amoro”.
“A nova geração precisa estudar a história do movimento artístico e entender o que as figuras que estiveram envolvidas naquela época pensam hoje”, disse.
Em seu caso, e no de tantos outros, as novas gerações ganhariam muito mais conhecendo suas canções obra através das músicas e não da sabujice com os salvadores da pátria de plantão.
“Perdi um amigo que amo muito. Infelizmente, porque a política deveria ser uma coisa à parte”.
Na verdade, nunca foi uma coisa à parte para um ou outro.
Se Chico permaneceu coerente em suas posições à esquerda, Fagner migrou no sentido contrário.
Isso, em si, não deveria ser motivo para acabar com uma relação. Fagner poderia ter se tornado um conservador inteligente.
Preferiu virar um Lobão da MPB, ídolo de uma turma que considera Chico um comunista safado que vive em Paris tomando champanhe etc etc — aquela discurseira débil mental clássica.
Virou também papagaio de pirata de Sergio Moro.
A aproximação entre os dois começou em 2015, quando Raimundo Fagner fez uma canção em homenagem a Moro, esse “grande brasileiro que ele está se revelando, a sua competência e a sua coragem”.
Os dois haviam sido apresentados num prêmio.
Um verso enigmático fala que “quem tem tudo na mão não corre atrás”.
Esse pesadelo é repetido infinitas vezes como um refrão inacabado.
Num vídeo caseiro, o menestrel agradece: “Parabéns por você existir nesse país difícil de aturar, mas você existe. Falou, parceirão, grande abraço”.
Fagner e Moro experimentaram momentos inesquecíveis desde então.
Entre eles, um encontro numa churrascaria de Curitiba (Joaquim de Carvalho escreveu sobre esse encontro no DCM).
Na ocasião, no meio dos convivas, Fagner dedicou-lhe a insuportável “Guerreiro Menino”, do chato Gonzaguinha, imortalizada na voz cheia daquelas gorgolejadas do cearense.
“Guerreiros são pessoas/ São fortes, são frágeis/ Guerreiros são meninos/ No fundo do peito”.
E então aquele refrão: “Não dá pra ser feliz/ Não dá pra ser feliz…” Moro ouve com um ar circunspecto, chopinho na mão.
Fagner também esteve no Paraná numa excursão da qual faziam parte intelectuais como Suzana Vieira, Lucinha Lins, Victor Fasano, Luana Piovani e um sujeito que participou da Casa dos Artistas.
A militância vem de longa data.
Já apoiou Lula (em 1989), Tasso Jereissati, Marina (em 2010). Em 2014, foi de Aécio Neves. “Não defendo partidos e não fico em cima do muro”, disse ele.
Antes ficasse.
Declarou que conhecia a “trajetória” de Aécio. Hoje Aécio não recebe mais suas mensagens de WhatsApp.
Fagner despontou em 1978 com o LP “Eu Canto”, que tinha uma bonita versão de “Jura Secreta” e outra de “As Rosas Não Falam”.
(O primeiro disco contava com a belíssima “Mucuripe”, que Fagner considera sua obra prima, parceria com Belchior.)
Estourou com “Noturno”, de 1980, tema da novela “Coração Alado” e emplacou na sequencia a detestável “Borbulhas de Amor”, que ganhou nas redes uma releitura denominada “Borbulhas de Amoro”.
“A nova geração precisa estudar a história do movimento artístico e entender o que as figuras que estiveram envolvidas naquela época pensam hoje”, disse.
Em seu caso, e no de tantos outros, as novas gerações ganhariam muito mais conhecendo suas canções obra através das músicas e não da sabujice com os salvadores da pátria de plantão.
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