Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Numa mudança de planos, Sérgio Moro pediu exoneração do cargo de juiz federal e será ex-juiz quando o ato for publicado, provavelmente na segunda-feira.
Mas, nos derradeiros dias de toga, age como em todo o tempo em que esteve à frente da lava Jato: faz política.
Em entrevista a IstoÉ – aliás, outra vez dentro de seu ‘ex-gabinete” na 13ª Vara Criminal de Curitiba – dá uma nova sentença sobre o ex-presidente Lula – “é o mentor” do esquema criminoso que teria desviado R$ 6 bilhões da Petrobras.
É curioso, porque nenhum dos condenados pelos atos de corrupção na empresa e nenhum dos empreiteiros beneficiados, em nenhuma das delações que fizeram dizem ter agido por ordem ou orientação de Lula em seus mal-feitos, o que seria, claro, um argumento para mitigar sua ação, estar “cumprindo ordens”.
Mesmo que se pudesse atribuir a Lula responsabilidade por atos alheios por não ter exercido vigilância sobre os atos de diretores – ainda que seja impensável que um presidente vá ficar conferindo o papelório de cada diretoria de estatal – chamar Lula de “mentor” é dizer, sem nenhuma prova, que ele concebeu e chefiou os desvios, do que não há nem prova nem indício.
Tanto é assim que Moro, ao sentenciar Lula, sequer foi capaz de apontar quais contratos da Petrobras teriam – atenção para o insólito da situação – “financiado a promessa” de entrega do apartamento no Guarujá ao ex-presidente. Menos ainda que ele tivesse planejado os atos de corrupção praticados.
Mas isso, certamente, se enquadra na “fantasia de perseguição política” que Moro alega existir em alguém que, desde o dia em que o primeiro ofício entrou na Justiça Federal do Paraná, está condenado, como condenado está em todos os outros processos que ali ainda tramitam.
Na entrevista á IstoÉ, Moro mostra que já entregou-se às exigências de Bolsonaro quanto à liberação da compra de armas – definida pelo nome estranhíssimo de “porte em casa” -, à redução da maioridade penal e ao fim da progressão de pena para todo que seja colocado dentro da nebulosa categoria de “vínculo com organizações criminosas”, conceito que depende apenas de sua própria convicção.
Não vai demorar a assumir a imunidade do policial que matar e encontrar uma fórmula para o fuzil prometido pelo presidente eleito para que os fazendeiros “se defendam” do MST.
Numa mudança de planos, Sérgio Moro pediu exoneração do cargo de juiz federal e será ex-juiz quando o ato for publicado, provavelmente na segunda-feira.
Mas, nos derradeiros dias de toga, age como em todo o tempo em que esteve à frente da lava Jato: faz política.
Em entrevista a IstoÉ – aliás, outra vez dentro de seu ‘ex-gabinete” na 13ª Vara Criminal de Curitiba – dá uma nova sentença sobre o ex-presidente Lula – “é o mentor” do esquema criminoso que teria desviado R$ 6 bilhões da Petrobras.
É curioso, porque nenhum dos condenados pelos atos de corrupção na empresa e nenhum dos empreiteiros beneficiados, em nenhuma das delações que fizeram dizem ter agido por ordem ou orientação de Lula em seus mal-feitos, o que seria, claro, um argumento para mitigar sua ação, estar “cumprindo ordens”.
Mesmo que se pudesse atribuir a Lula responsabilidade por atos alheios por não ter exercido vigilância sobre os atos de diretores – ainda que seja impensável que um presidente vá ficar conferindo o papelório de cada diretoria de estatal – chamar Lula de “mentor” é dizer, sem nenhuma prova, que ele concebeu e chefiou os desvios, do que não há nem prova nem indício.
Tanto é assim que Moro, ao sentenciar Lula, sequer foi capaz de apontar quais contratos da Petrobras teriam – atenção para o insólito da situação – “financiado a promessa” de entrega do apartamento no Guarujá ao ex-presidente. Menos ainda que ele tivesse planejado os atos de corrupção praticados.
Mas isso, certamente, se enquadra na “fantasia de perseguição política” que Moro alega existir em alguém que, desde o dia em que o primeiro ofício entrou na Justiça Federal do Paraná, está condenado, como condenado está em todos os outros processos que ali ainda tramitam.
Na entrevista á IstoÉ, Moro mostra que já entregou-se às exigências de Bolsonaro quanto à liberação da compra de armas – definida pelo nome estranhíssimo de “porte em casa” -, à redução da maioridade penal e ao fim da progressão de pena para todo que seja colocado dentro da nebulosa categoria de “vínculo com organizações criminosas”, conceito que depende apenas de sua própria convicção.
Não vai demorar a assumir a imunidade do policial que matar e encontrar uma fórmula para o fuzil prometido pelo presidente eleito para que os fazendeiros “se defendam” do MST.
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