Samuel Pinheiro Guimarães
Secretário Geral do
Itamaraty (2003-2009)
Ministro de Assuntos
Estratégicos (2009-2010)
07 de novembro de 2018
1. Dois projetos para o Brasil se confrontam desde 1930, se alternaram no Poder desde
então, se confrontaram no dia 28 de outubro de 2018 e continuarão a se
confrontar após o dia 28, data em que Jair Bolsonaro foi eleito Presidente da
República.
2. O primeiro, é o projeto do Mercado. É o projeto dos muito ricos, dos
megainvestidores, das empresas estrangeiras, dos rentistas, dos grandes
ruralistas, dos proprietários dos meios de comunicação de massa, dos grandes
empresários, dos grandes banqueiros, e de seus representantes na política, na mídia
e na academia. É o projeto de uma ínfima
minoria do povo brasileiro.
3. Cerca de 30 milhões de brasileiros
apresentam declaração de renda anual onde revelam ter rendimento superior a dois
salários mínimos, cerca de 250 dólares por mês. Portanto, dos 150 milhões de
brasileiros eleitores, 120 ganham menos de dois salários mínimos por mês.
4. De outro lado, seis mil brasileiros
têm rendimentos superiores a mais de 320 salários mensais. Acima de 40 salários
são cerca de 300 mil brasileiros que podem participar do mercado como
investidores ou especuladores. Todavia, se poderia dizer que os que controlam o
Mercado seriam os que declaram mais de 160 salários mínimos por mês, cerca de
20 mil indivíduos.
5. O que se denomina de Mercado não é,
certamente, portanto, o conjunto de consumidores, trabalhadores, capitalistas,
altos executivos como se procura fazer acreditar.
6. Esse projeto ultraneoliberal se
fundamenta em premissas simples:
(a) a iniciativa privada pode resolver todos os problemas
brasileiros;
(b) a iniciativa privada estrangeira
é melhor do que a brasileira;
(c) o Estado impede a ação eficiente da iniciativa privada ao:
· cobrar impostos extorsivos;
· proteger o Trabalho e prejudicar o
Capital;
· regulamentar em excesso as atividades
econômicas;
· distorcer a economia com a ação de suas
empresas estatais;
· causar a inflação;
· gerar a corrupção;
· inibir a iniciativa privada
estrangeira.
(d) aceitação, da teoria das
vantagens comparativas para explicar a divisão internacional do trabalho entre nações
industriais e nações produtoras/exportadoras de matérias primas, e do Brasil
como tal;
(e) o
Brasil deve procurar se aproximar e se aliar a Estados poderosos do Ocidente e
não a países subdesenvolvidos.
7.
O
projeto do Mercado foi executado pelo Governo de Michel Temer através de:
·
congelamento
constitucional dos gastos públicos primários, em termos reais, por vinte anos;
·
prioridade
absoluta ao pagamento do serviço da dívida pública;
·
não
aumento dos impostos;
·
privatização
de todas as empresas do Estado;
·
abertura
de todos os setores da economia a empresas estrangeiras, inclusive estatais;
·
reforma
da legislação trabalhista, com eliminação de direitos, para reduzir o “custo”
do trabalho;
·
política
anti-inflacionária, de real valorizado e juros elevados, com
desindustrialização;
·
redução
dos impostos sobre os ricos e as empresas;
·
desregulamentação
geral;
·
redução
do Estado ao mínimo;
·
alinhamento
político, militar e econômico com os Estados Unidos.
8.
Tais
medidas, segundo os defensores desse projeto, seriam capazes de recuperar o
grau de investimento conferido ao Brasil pelas agências internacionais de rating (classificação de risco) e a
confiança dos investidores nacionais e estrangeiros, o que seria suficiente
para gerar os investimentos necessários à retomada do crescimento.
9.
Ao
contrário do esperado, essas políticas, aplicadas desde 2016, geraram 13
milhões de desempregados, mais de seis milhões de “desalentados”, sessenta
milhões de endividados, a falência de centenas de milhares de empresas, a estagnação
da economia, a deterioração da infraestrutura, a desindustrialização, a
precarização dos sistemas de saúde e educação, a volta de doenças há décadas
erradicadas e a desconfiança dos investidores, ainda atraídos somente pelos baixos
preços dos ativos brasileiros e pelas altíssimas taxas de juros.
10. A situação econômica contribuiu
fortemente para a emergência de antagonismos sociais e para o desânimo, a
descrença, o desespero, a violência.
11. A repulsa da população brasileira a
essas políticas manifestou-se nos índices de popularidade de Michel Temer e de
seu governo, inferiores a 5% nas mais conservadoras pesquisas de opinião.
12. Mesmo assim, os candidatos a Presidente
da República no primeiro turno das eleições em 7 de outubro, em especial Geraldo
Alckmin, Henrique Meireles, Alvaro Dias e Marina Silva, tinham como principais
assessores economistas neoliberais conhecidos, ligados ao sistema financeiro
nacional e internacional, como Pérsio Arida, Paulo Rabelo, André Lara Rezende e
Eduardo Gianetti que consideravam necessário aprofundar as “reformas” e as políticas de Temer.
13. Além desses assessores formais,
outros economistas importantes como Armínio Fraga, Pedro Malan e outros de
menor presença na mídia declararam seu apoio a esse projeto econômico
neoliberal como o único capaz de salvar o Brasil.
14. O candidato defensor radical das
políticas do Mercado, e por quem o Mercado trabalhou a partir de certo momento,
através dos empresários, dos ruralistas, dos meios de comunicação e do Poder
Judiciário, que “naturalizou” o processo eleitoral apesar de ter cassado os
direitos políticos do Ex-Presidente Lula, foi o candidato Jair Bolsonaro.
15. O Presidente Jair Bolsonaro tem como
seu principal assessor econômico Paulo Guedes, economista ultra neoliberal, formado
pela Universidade de Chicago, porém de menor prestígio entre seus colegas de
profissão.
16. Jair Bolsonaro declarou repetidas
vezes nada entender de economia e
que seu orientador é Paulo Guedes a quem devem, segundo ele, ser dirigidas
todas as perguntas sobre economia.
17. Jair
Bolsonaro, eleito Presidente, e Paulo Guedes, designado super-ministro da
economia, já declararam ser necessário prosseguir, acelerar e aprofundar o
projeto de Temer que é o projeto do Mercado.
18. Ao lado dessa visão e desse projeto econômico
ultra-neoliberal do Mercado há um
projeto social retrógado para o Brasil, patrocinado por organizações
religiosas, setores mais conservadores das elites e classes médias, cujas
premissas poderiam ser assim resumidas:
·
a
grande maioria da população brasileira, devido a suas condições econômicas e
culturais, está sujeita a ser manipulada por indivíduos populistas,
socialistas, comunistas etc. que fazem promessas irrealizáveis para conquistar e
explorar o poder;
·
o
Brasil é uma sociedade intrinsecamente corrupta;
·
todos
os políticos e partidos são corruptos;
·
os
governos se sustentam através da corrupção e da compra de votos;
·
a
infração de direitos constitucionais e legais pelo Judiciário se justifica
para combater a corrupção, inclusive as
conduções coercitivas com espalhafato
policial, as prisões por longos períodos, a extração de delações premiadas para
reduzir penas excessivas e arbitrárias, o vazamento seletivo de denúncias sem
provas;
·
a
corrupção foi combatida pela Operação Lava Jato, comandada por juiz de primeira
instância, que contou com a conivência, ou até mesmo a aprovação, às vezes
entusiasta, de membros dos tribunais superiores;
·
as
investigações da Lava Jato teriam “revelado” que o partido que promoveu a
corrupção no sistema político brasileiro foi o PT, conduzido por Luiz Inácio
Lula da Silva;
·
tornou-se,
assim, um objetivo não só político mas ético e moral, para combater a
corrupção, principal mal da sociedade brasileira, impedir por todos os meios que o ex-Presidente Lula pudesse se candidatar
e, iludindo o povo ingênuo, ser eleito e reimplantar os mecanismos de corrupção;
·
uma
das causas da corrupção na sociedade, na economia e na política brasileiras é o
abandono dos valores tradicionais de família, de moral e de comportamento;
·
o
abandono dos valores tradicionais se fez através de métodos de ensino
permissivos, em especial nas escolas públicas, e pela chamada “revolução de
costumes” promovida pelo Estado, dirigido pelo PT.
19. As politicas a serem executadas para implantar
este projeto social para o Brasil seriam, segundo seus defensores:
·
a
“escola sem partido”;
·
o
ensino à distância;
·
a
reforma despolitizadora do ensino com a não obrigatoriedade do ensino de
filosofia, história e sociologia e o regresso da disciplina “Moral e cívica”;
·
o
fim da “liberdade de cátedra”;
·
a
permissão implícita de luta contra a liberdade de orientação sexual, até pelo
exercício da violência individual;
·
a
criminalização do aborto em qualquer circunstância;
·
a
repressão implacável do consumo, tráfico e produção de qualquer tipo de droga;
·
a
defesa do uso da violência policial extrema para combater a criminalidade;
·
o
armamento geral da população civil;
·
a
redução da idade mínima de responsabilidade penal para 16 e até 14 anos;
·
a
restauração do controle masculino sobre a família e a mulher e a leniência na
penalização da violência contra a mulher;
·
a
censura a manifestações culturais não conservadoras.
* * *
20. O segundo projeto para o
Brasil para atender às necessidades e às aspirações da enorme maioria do
povo brasileiro, isto é, de cerca de 120 milhões de adultos e não apenas às dos
mais ricos, do Mercado, cerca de 20 mil brasileiros, se fundamenta nas seguintes premissas:
(a)
a
iniciativa privada nacional, cujo objetivo é maximizar o lucro e por não poder
criar regras legais para a sociedade, não tem condições de enfrentar com êxito
todos os desafios de uma sociedade como a brasileira;
(b)
a
iniciativa privada estrangeira, pelas mesmas razões, às quais se acrescenta o
fato de as megaempresas multinacionais agirem de acordo com sistemas de
planejamento cujo objetivo é a maximização global de seus lucros, não se
vinculam a projetos de desenvolvimento nacionais a não ser quando induzida pelo
Estado;
(c)
o
Estado também não é capaz de enfrentar sozinho estes desafios, mas pode criar
condições de acumulação de capital e de investimento dinâmico para as
atividades das empresas nacionais e estrangeiras na economia brasileira e gerar
condições para a redução das disparidades sociais e das vulnerabilidades
externas.
21. O Brasil tem características e
dimensões de território e clima, de população, de recursos naturais, de entorno
geopolítico, de desenvolvimento industrial e tecnológico que o tornam capaz de
vir a ser uma potência política e econômica mundial.
22. O Brasil é uma sociedade complexa,
caracterizada por enormes disparidades e concentração crescente de riqueza e renda;
étnicas; de gênero; e regionais, agravadas pela estagnação econômica e pelas
políticas de austeridade que levam ao desemprego, à desesperança, ao desespero
e a manifestações violentas de preconceitos.
23. O Brasil é caracterizado por graves
vulnerabilidades externas, de natureza política, econômica, tecnológica,
ideológica e militar.
24. O
Brasil não é uma sociedade desenvolvida, que estaria sendo atingida por
fenômenos conjunturais de inflação, de corrupção, de ineficiência, de violência
que poderiam ser enfrentados por solução simplistas de moralismo, de redução do
Estado, de rigor policial, de sujeição da sociedade e do Estado à visão e aos
interesses do Mercado e do capital estrangeiro.
25. A estratégia para o Brasil, para a
enorme maioria do povo brasileiro, não pode ser uma estratégia simplista,
definida por iluminados radicais, de controle absoluto da inflação, de metas
fiscais extremas, de demolição do Estado, de desregulamentação geral, de
abertura radical da economia, de redução do custo do trabalho, isto é, de
redução de salários e de direitos do trabalhador, de alinhamento com os Estados
Unidos, em resumo, de total liberdade ao capital, que chamam de Mercado.
26. E de retorno, simultaneamente, aos
valores sociais do Brasil do Século XIX, de opressão da mulher, de
discriminação racial, de exploração total do trabalhador, da violência policial
contra os pobres e trabalhadores, de privilégio aos poderosos, de educação e
cultura censuradas e restritas, de economia e atraso agroexportador, de não
industrialização, de total domínio do sistema político pelos mais ricos.
27. O projeto para a maioria do povo deve ter como metas, a se realizarem com firmeza, prudência e
pertinácia:
a.
promover
a democracia;
b.
promover
o desenvolvimento;
c.
promover
a justiça e a harmonia social;
d.
promover
a soberania.
28. Essas quatro metas se encontram
entrelaçadas. O sucesso gradual na luta por uma delas reforça a possibilidade
de avançar nas outras e as reforça e o enfraquecimento na luta por uma delas enfraquece
a possibilidade de sucesso na luta pelas demais.
29. Promover a democracia significa ampliar a participação da cidadania nas atividades de
legislar, administrar e julgar.
·
Ampliar
a participação se faz pela mobilização popular, pela informação popular, pelo
esclarecimento popular, pela participação popular.
·
Ampliar
a participação no processo de legislar requer a participação da cidadania no
funcionamento dos Partidos e na escolha de candidatos, no debate de programas e
na ampliação do período das campanhas eleitorais.
·
Ampliar
a participação dos cidadãos na Administração requer sua participação na direção
das agências reguladoras; instituir o sistema de recall (revogação de mandato) para os cargos eletivos e de
indicação; implantar tempo mínimo obrigatório de audiências públicas para
debater políticas antes de serem implantadas; estabelecer período mínimo de
tramitação de projetos de lei no Congresso.
·
Ampliar
a participação da cidadania no Poder Judiciário requer a eleição dos juízes de
segunda instância, entre candidatos que tenham qualificação e experiência
jurídicas e a possibilidade de seu recall
(revogação de mandato).
· Ampliar a participação do povo, que é
soberano, na política, requer diversificar os meios de comunicação de massa, a
partir da distribuição democrática de verbas de publicidade do Estado e da
proibição de propriedade cruzada de meios (televisão, jornal, rádio, imprensa,
etc).
30. Promover o desenvolvimento significa executar políticas para aumentar o crescimento do
PIB, em termos absolutos e per capita, e melhorar sua distribuição.
·
Aumentar
o crescimento do PIB requer qualificar a força de trabalho, fortalecer o
capital nacional físico e financeiro, explorar os recursos naturais, fortalecer
as funções reguladora e planejadora do Estado, disciplinar a participação do
capital estrangeiro na economia, estimular o desenvolvimento tecnológico.
v
Qualificar
a força de trabalho se faz por programas universais de segurança alimentar
mínima, de saúde preventiva e saneamento básico e público, de educação pública,
geral e gratuita, de treinamento profissional e desenvolvimento cultural, de
fortalecimento dos Sindicatos.
v
O
fortalecimento do capital físico requer integrar o mercado nacional pela
construção da infraestrutura de transportes, comunicações e energia.
v
O
fortalecimento do capital nacional físico (industrial, agrícola e comercial) se
faz pelo crédito à produção compatível com índices razoáveis de lucratividade e
pelo desenvolvimento tecnológico.
v
Fortalecer
o capital nacional financeiro se faz aprovando legislação que aumente sua
capacidade de resistir à especulação global e que estimule a redução de juros.
v
Explorar
os recursos naturais do subsolo significa identificar sua existência no
território e os explorar de forma sustentável.
v
Explorar
racionalmente os recursos do solo requer a realização da reforma agrária.
v
Fortalecer
o Estado significa recuperar o controle das empresas públicas, a começar pela
Petrobras, e complementar a ação da iniciativa privada sempre que esta não for
suficiente.
v
O
ajuste fiscal deve ser feito também pelo lado da Receita, eliminando isenções e
desonerações, tornando a tributação mais progressiva, combatendo a evasão
fiscal e exercendo uma política estratégica da dívida pública.
v
Executar
uma política tributária e de exportação que estimule as empresas de capital
nacional a investir em pesquisa tecnológica.
v
Executar
uma política cambial que estimule a industrialização e as exportações
industriais.
v
Disciplinar
a participação do capital estrangeiro significa estimular a implantação de
unidades estrangeiras de tecnologia de ponta e o estabelecimento de metas de
exportação para gerar divisas e reduzir a vulnerabilidade externa.
31. Promover a justiça e a harmonia social significa reduzir as disparidades entre muito ricos e
muito pobres, entre gêneros, entre etnias, entre regiões, e reduzir a violência
na sociedade.
·
Reduzir
as disparidades de renda entre muito ricos e muito pobres, em tempo razoável,
depende da ação do Estado para ampliar as oportunidades de emprego, estimular a
distribuição regional equilibrada dos investimentos públicos e privados,
transformar o sistema tributário de regressivo em progressivo.
v
A
ação do Estado para ampliar o emprego requer investimentos públicos e privados
em atividades que podem ser mão-de-obra intensiva e estimular seu uso.
v
Estimular
a distribuição regional equilibrada requer realizar investimentos públicos e
estimular investimentos privados em municípios com índices de menor renda, por
impostos diferenciados.
· Reduzir as disparidades entre gêneros
requer legislação que estabeleça quotas progressivas, por Ministério, para
mulheres nos cargos superiores da administração e que estimule as empresas que
pratiquem políticas e apresentem resultados no preenchimento de cargos de
direção por mulheres.
· Reduzir as disparidades entre etnias
requer legislação que estabeleça quotas progressivas, por Ministério, para
negros e afrodescendentes nos cargos superiores da administração e que estimule
as empresas que pratiquem politicas e apresentem resultados no preenchimento de
cargos de direção por negros e afrodescendentes.
· Permitir o aborto legal nos casos de
estupro e de deformação grave do feto.
· Descriminalizar o consumo de drogas
como a maconha e combater os grandes traficantes.
· Reduzir a violência na sociedade
requer a vigilância contra as manifestações e campanhas de promoção do
preconceito racial, de sexo e regional nos meios de comunicação de massa e nas
redes sociais e o cumprimento com rigor da legislação de punição à violência
contra mulheres, afrodescendentes, crianças e idosos e promover o desarmamento.
32. Promover a soberania significa fortalecer a capacidade da sociedade e do Estado de executar
sua estratégia de desenvolvimento politico, militar, econômico e social com o
mínimo de restrições e interferências externas.
·
A
soberania requer o exercício de uma politica
externa
v
de
diversificação, de forma equilibrada, de relações políticas, militares,
econômicas e tecnológicas com os países vizinhos da América do Sul e África e
com as principais potências políticas e econômicas, qualquer que seja seu
regime político ou econômico;
v
que,
devido à localização geográfica e às
dimensões relativas do Brasil na América do Sul, se guie, de modo rigoroso, pelos
princípios de não-intervenção e autodeterminação;
v que não aceite sob nenhum disfarce a
existência de enclave estrangeiro
(bases) no território brasileiro;
v que não participe de acordos
internacionais que limitem a capacidade do Estado brasileiro de promover a
democracia, o desenvolvimento e a justiça social;
v de promoção da integração econômica e
da cooperação política e econômica na América do Sul;
v de promoção da participação do Brasil,
em melhores condições, nos níveis de decisão dos organismos internacionais, a
partir do Conselho de Segurança.
· A soberania requer o estabelecimento
de limites legais à participação do capital estrangeiro em setores de atividade
econômica.
· A soberania requer uma política militar de construção de
capacidade dissuasória em termos de doutrina militar e de equipamentos
necessários à defesa do território e das fronteiras, do espaço aéreo e da zona
marítima de jurisdição brasileira.
v A construção da capacidade
dissuasória requer garantir recursos de longo prazo para os projetos
estratégicos nas áreas cibernética, nuclear e aeroespacial.
* * *
07 de novembro de 2018
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