POR FERNANDO BRITO · 01/09/2018
A Folha diz que “PT desafia TSE e mantém Lula como candidato“; O Globo, que “PT transforma horário eleitoral em programa ‘Lula livre’, após TSE barrar candidatura e o Estadão, furioso, brada que “Após decisão do TSE, PT insiste em Lula e afronta Judiciário na TV e nas ruas.
Francamente, alguém de bom-senso poderia achar que, neste quadro de arbítrio, seria digno e compreensível apresentar ao povo brasileiro programas que dissessem “Adeus, Lula; agora é Haddad”?
Falam exatamente aquilo que lhes passa pela cabeça, pela alma e pelas vidas: as pessoas existem enquanto lhes prestam. O PT, segundo dizem, deveria virar a página, deixar para trás aquele de quem o TSE quis fazer um cadáver político e seguir a vida, ganhando carguinhos de deputado, de senador e, quem sabe, um ou outro de governador e fazendo a política sem princípios ou sem idéias, aquilo do qual eles próprios fingem reclamar.
Não é só isso, porém.
O que lhes desperta raiva, ódio, inconformismo é que, como escreveu o jornalista Nílson Lage é que “a[ tática brilhante de manter Lula candidato abre caminho à eleição de Haddad”.
Haddad, diz ele, sem ser um herói, vai ser não o substituto, mas o representante de um herói popular, a quem o martírio só acentua o real e o simbólico.
Há esperança de que [ele, Haddad] consiga desvestir o manto de vaidade, prepotência e alienação da elite cultural paulista, cobrir-se com o couro bravo dos vaqueiros e realizar o sonho dos quixotes.
Não se ache que isso é suicida, por fugir do pseudo-pragmatismo.
Não, é a marca da diferença que nos marca distintamente desta camada de políticos, justo aquela que a população tanto rejeita.
A frase central da mensagem de Lula é chave: ele está passando o que passa porque fez o governo que fez.
O Lula que pode vencer o 7 de outubro é o Lula de toda uma vida, não um truque de marketing ou alguma vinheta computadorizada.
É o Lula da memória popular.
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