29 de jun de 2018
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(Do blog com equipe) - Está explicado porque a viagem do vice-presidente dos EUA à América do Sul, dessa vez incluiu o Brasil em sua “agenda”.
Nada a ver com alguma mudança de postura na atitude dos EUA de mostrar ao resto do continente que o Brasil tem que ficar, diplomaticamente, onde está, na berlinda, por ser justamente o país que nos governos anteriores estava tentando contrabalançar na América do Sul a influência norte-americana.
Michael Pence veio ao Brasil não para visitar São Paulo e o Rio de Janeiro, ou Temer, que, aliás, deveria ter relegado o papel de recebê-lo a um vice-presidente que não existe, ou ao Ministro das Relações Exteriores, mas para comparecer a Manaus para tirar selfies com “refugiados” venezuelanos e atacar Maduro, com um programa - para um país que separa crianças dos pais e os enfia em campos de concentração infantis, vulneráveis a todo tipo de abuso - profundamente hipócrita e descaradamente político.
O espetáculo, que poderia ter sido feito na Colômbia, onde acaba de ser eleito um governo proto-fascista, à direita do que havia antes, não foi encenado no Brasil por acaso.
Tratava-se de mandar um recado claro a outras capitais, como Buenos Aires, à própria Bogotá e Santiago, de que aqui, agora, quem manda são eles.
Que falam e fazem o que quiserem, no território de um país cada vez mais abjeto, submisso e irrelevante do ponto de vista internacional.
Até mesmo oficiar cerimônias religiosas e atacar de forma iracunda seus desafetos regionais, sem dar satisfação a quem quer que seja, como se estivessem em sua própria casa.
Incluído ou, principalmente o próprio governo brasileiro, de quem o vice-rei do palhaço maluco que agora ocupa a Casa Branca puxou as orelhas publicamente, cobrando mais rigor no trato com a Venezuela.
A ressaltar, a digna atitude do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que se recusou a atender às humilhantes exigências do protocolo de segurança norte-americano e não foi ao pé do avião receber o gringo, um ex-católico convertido ao protestantismo, membro do Tea Party, extrema-direita dos “conservadores” norte-americanos, famoso por ter metido a tesoura nos orçamentos de programas sociais quando era governador de Indiana.
Pronto a deixar o poder no final do ano, Temer não irá aos EUA.
Se o fizesse, seria aconselhável já ir calçado de havaianas.
Para não ter o trabalho de tirar os sapatos quando fosse revistado pelos agentes de “la migra” ao passar pelos controles de entrada no país do aeroporto.
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