Ancorada numa súbita valorização internacional das empresas produtoras de commodities,
como petróleo, gás e minério de ferro, a Petrobras registrou nesta
quinta-feira (27) a mais forte alta no valor de suas ações desde que
anunciou em março, com algum atraso, mas dentro dos prazos legais, os
resultados financeiros de 2014.
No começo da tarde as ações ordinárias
da estatal petroleira (PETR3, com direito a voto) eram negociadas com
quase 11% de valorização e, as preferenciais (PETR4), perto de 9%. Nem a
ligeira queda que se seguiu nas cotações refreou a procura pelos
papéis, que perto do encerramento dos negócios chegou a quase 11,5% e
9,5%, respectivamente, de valorização.
A valorização das empresas que produzem
insumos (produtos primários), aqueles destinados à transformação
industrial para formação de preços com maior valor agregado (como aço e
combustíveis), começou na terça-feira (25). No Brasil, empresas como
Vale e as de siderurgia também registraram movimento de alta nas ações.
O movimento altista teve impacto no
pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que operou e fechou
em alta. Perto do fechamento, a alta era superior a 3,2%, mas acabou
cedendo um pouco para o nível de 2,5%.
O movimento foi causado pela reação
chinesa à forte queda de valor de suas maiores empresas na bolsa de
Xangai, episódio que mobilizou a atenção de especialistas no
encerramento das operações na semana passada e no início desta.
O governo do país comunista restituiu a
tranquilidade ao mercado com o anúncio, após o pregão do mercado
financeiro de terça-feira (25), da redução de compulsórios bancários e
das taxas de juros, resultando em mais moeda em circulação.
A disponibilidade de mais dinheiro para
financiar investimentos produtivos e o consumo atenuou os temores dos
investidores de todo o mundo de piora nos indicadores econômicos
chineses – o que implicaria em impacto negativo direito em países
emergentes que produzem commodities, como Brasil e Rússia.
Dona da segunda maior economia do mundo e
do primeiro mercado de consumo, com mais de 1,5 bilhão de habitantes, a
China demonstrou que está disposta a pagar para ver – aumentando a
liquidez do mercado e estimulando as compras, a produção, o emprego e a
renda.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário