Discutindo
o problema da fuga de capitais e outros problemas financeiros relacionados, o
eminente economista Ladislau Dowbor, em artigo de dezembro/14 (A esterilização
dos recursos do país), cita estudo da Global Financial Integrity (GFI),
coordenado por Dev Kar e denominado “Brasil: fuga de capitais, fluxos ilícitos
e as crises macroeconômicas, 1960-2012”, que estima a evasão de capitais no
Brasil em R$ 80 bilhões por ano entre 2010 e 2012. Isto equivale, como lembra Dowbor, a cerca de
1,5% do PIB. Não se fala
sobre isso em função da influência que os rentistas têm sobre a grande mídia e
a formação da opinião pública nacional.
Na outra ponta, o Programa Bolsa Família, o preferido dos críticos mais
rasteiros, retira 55 milhões de brasileiros da fome, com um investimento que
representa apenas 0,45% do PIB, que é nada. Para este programa as críticas são
duras, pesadas. O governo federal
desembolsa em média por ano, com os juros da dívida pública, cerca de R$ 250
bilhões, equivalente a 10 vezes o gasto com o Programa Bolsa Família. Alguns
milhares de super ricos levam anualmente, sem maiores
esforços e sem colocar o pé na fábrica, 6% do sétimo PIB do planeta. Sobre
isso, quase ninguém fala.
Se não entendermos minimamente isso, fica
impossível entender o que acontece no país. Especialmente neste momento em que
as margens de definição de políticas macroeconômicas se reduziram em função da
estagnação econômica e do déficit externo do Brasil.
José Álvaro
Cardoso.
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