Transcrito do Blog Conversa Afiada
Economista diz que Dilma é uma das
poucas pessoas por quem põe ‘a mão no fogo’. Para ele, presidenta é
‘atormentada’ por cartéis e o que ‘estão fazendo com a Petrobras é
imperdoável’
São Paulo – “A economia brasileira
tem os seus cartéis, dentre os quais os mais importantes são as empresas
de construção”, diz o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da
Unicamp. Em entrevista ao Seu Jornal, da TVT, Belluzo afirma que a
importância do setor de construção da economia – junto com a Petrobras
responde por sete a nove pontos percentuais da taxa de investimentos no
país – não exime os empresários do setor de serem punidos com o rigor da
lei. “Estou defendendo as empresas, e não os empresários, os que
cometeram malfeitos têm de cumprir o que a lei manda.”
Ele vê no entanto, que a crise da
Petrobras envolve, além os casos de corrupção – que têm de ser
investigados e solucionados para que a empresa se recupere –, questões
geopolíticas externas e interesse internos: “Está lá no Congresso o
senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) clamando pela mudança do modelo
de partilha para o modelo de concessão. Concessão é adequado para
quando você vai descobrir as reservas de petróleo. Você não pode aplicar
isso a reservas já descobertas, seria uma impropriedade. Isso envolve
uma questão geopolítica, de interesse, no fundo, de se privatizar ao
máximo a exploração do petróleo e tirar do controle da Petrobras”,
observa. “Por isso o caso da Petrobras é muito grave. Isso que foi feito
é imperdoável, porque fragiliza muito a empresa.”
O economista se solidariza com a
presidenta Dilma Rousseff: “É uma das poucas pessoas pelas quais eu
ponho a mão no fogo. Eu sei que ela deve estar atormentada e é
inacreditável que tentem imputar a ela alguma coisa parecida com
corrupção”, diz. E faz uma referência à atuação da imprensa brasileira.
“A imprensa brasileira é um cartel. Um cartel da informação, o que é
grave para um país que quer avançar na democracia, na melhoria dos
padrões de convivência. É preciso diversificar os meios de comunicação e
não permitir que o cartel continue operando. E o cartel está operando.”
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