Economia tem lá as suas complicações, é verdade.
Mas em boa parte do que se precisa
entender, é como pensar em relação à sua própria casa, e não é à toa que
a palavra economia é a soma das palavras gregas “oikos” (casa) e
“nomos” (costume, lei) , as regras de administração da casa.
Se você precisa de um serviço que se
oferta lá fora, mas tem um filho ou filha sem emprego, que pode
realizá-lo – ainda que isso seja um pouco menos especializado e talvez
ligeiramente mais caro – é obvio que você prefere contratá-lo para
fazer. Mesmo um tantinho mais dispendioso, isso acaba economizando mais,
porque você, ao dar-lhe trabalho, injeta – ou não deixa sair,
totalmente – recursos na sua própria economia doméstica.
É o que acontecia com a indústria naval
brasileira, com a política de conteúdo nacional e as encomendas de
navios para a exploração do pré-sal.
Que, aliás, escapou, quase toda, dos
escândalos da Lava Jato, pois as mutretas se davam era no afretamento de
navios estrangeiros.
Hoje, em seu blog,
o professor Roberto Moraes, desenha o quadro trágico da política
recessiva, da paralisação da Petrobras e da ideia estapafúrdia de, na
prática, revogar a política de exigir que, ao menos em parte, as
embarcações e plataformas de petróleo fossem construídas no Brasil.
Antes da crise em 2013, o setor de
indústria naval chegou a empregar 82 mil trabalhadores e agora eles são
48,5 mil empregos, de acordo com o Sinaval.
Além do ERJ, onde a indústria naval sempre foi forte com estaleiros no Rio, Niterói e Angra dos Reis, o avanço das encomendas, na fase de expansão da economia e do setor de petróleo – que mais demandava embarcações – avançou para outros estados.
Assim, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também montaram bases para a construção e montagem de embarcações. Outras bases nos estados do Espírito Santo, Bahia e Alagoas estavam sendo instaladas, quando foram atingidas pelo colapso do setor naval como desdobramento da crise no setor de petróleo e na Petrobras.
O município de Niterói talvez tenha sido um dos mais atingidos, por conta da quantidade de estaleiros ali instalados. Em 2014, os estaleiros do município empregavam cerca de 14,5 mil trabalhadores. Em 2015, 10 mil destes postos de trabalho já haviam sido perdidos. No início deste ano, cerca de mais 2 mil empregos foram suprimidos.
Hoje Niterói ainda possui 10 estaleiros com pouca gente e encomenda. O estaleiro norueguês Vard fechou junto com o semestre. A área arrendada voltada para a Baía de Guanabara já foi devolvida. Agora a empresa só mantém trabalho com a encomenda de outras embarcações, em sua unidade junto ao Porto de Suape, em Pernambuco.
Além do ERJ, onde a indústria naval sempre foi forte com estaleiros no Rio, Niterói e Angra dos Reis, o avanço das encomendas, na fase de expansão da economia e do setor de petróleo – que mais demandava embarcações – avançou para outros estados.
Assim, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também montaram bases para a construção e montagem de embarcações. Outras bases nos estados do Espírito Santo, Bahia e Alagoas estavam sendo instaladas, quando foram atingidas pelo colapso do setor naval como desdobramento da crise no setor de petróleo e na Petrobras.
O município de Niterói talvez tenha sido um dos mais atingidos, por conta da quantidade de estaleiros ali instalados. Em 2014, os estaleiros do município empregavam cerca de 14,5 mil trabalhadores. Em 2015, 10 mil destes postos de trabalho já haviam sido perdidos. No início deste ano, cerca de mais 2 mil empregos foram suprimidos.
Hoje Niterói ainda possui 10 estaleiros com pouca gente e encomenda. O estaleiro norueguês Vard fechou junto com o semestre. A área arrendada voltada para a Baía de Guanabara já foi devolvida. Agora a empresa só mantém trabalho com a encomenda de outras embarcações, em sua unidade junto ao Porto de Suape, em Pernambuco.
Agora volta a pensar em sua casa, em seu prédio, em sua rua.
Como seria se metade das pessoas perdessem o emprego?
Em Niterói, e no Rio, onde vivo, mais de 80% dos trabalhadores da indústria naval estão nesta situação.
A última grande obra em andamento, a
adaptação do navio plataforma Cidade de Saquarema zarpou para os campos
do pré-sal, deixando apenas um terreno baldio no Estaleiro Brasa, onde
foram montados seus módulos de convés. O velho estaleiro do
Ishikawajima, que estava renascendo com seus navios gigantes – já foi o
segundo maior estaleiro do mundo – está morrendo outra vez, com a
carcaça gigante do P-74, que só precisa ser terminado para tirar 180 mil
barris dos poços de Búzios, um campo quase tão grande como o de Libra..
Três navios de derivados leves balançam, desertos, embora quase
prontos, diante do estaleiro Mauá.
Os ladrões da Petrobras gozam a vida em
suas mansões, com passeios à Angra dos Reis, incomodados apenas
levemente por suas tornozeleiras eletrônicas.
Mas os estaleiros e seus trabalhadores
tem forca bem pior em seus pescoços. Estão sendo mortos, mortos pela
segunda vez como foram nos anos 80 e início dos 90 e, teimosos,
renasceram com Lula e o pré-sal.
Ou alguém acha que, entregue o pré-sal,
a Chevron, a Shell, a BP, a Exxon e outras multinacionais vão fazer
navios e plataformas aqui?
Os piratas da privataria vão é acabar
de afundar os nossos navios: os em obras virarão carcaças e os
planejados virarão tristeza, levando para o fundo milhares de
brasileiros que os construíram e construiriam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário