quinta-feira, 14 de abril de 2016

Plano Temer é remendo e não projeto para a Nação

Da Agencia Sindical

14/4/2016 - quinta-feira


Na última matéria da série sobre o Plano Temer - “Uma Ponte para o Futuro”, a Agência Sindical ouve o sociólogo Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Ele expõe seu ponto de vista pessoal, porque o Dieese não avalia iniciativas de partidos. “Até analisamos políticas públicas e ações de governos, não de partidos”, esclarece.
Conservadorismo - Para Clemente, há uma ofensiva conservadora mundial e o documento peemedebista tem esse viés. “Além de várias propostas contra a crise serem conservadoras, há um esforço para que o campo popular assuma soluções de caráter neoliberal”, ele observa. “O Plano Temer é um programa de ajuste que, de alguma maneira, interfere no padrão de regulação que desenvolvemos nos últimos anos. Seu objetivo é desestruturar esse tipo de regulação”, afirma.
Entre o que se busca desregular está a própria política de aumento real do salário mínimo, a indexação de benefícios previdenciários ao mínimo e a rede de proteção legal, passando a valer o negociado sobre o legislado. “Na prática, é um ajuntamento de ideias, mas apresentado como a bala de prata”, diz. Segundo Clemente, o que falta é “um projeto de Nação, inclusivo e abrangente”. Para o sociólogo, o discurso conservador – aqui e fora do País – é de que há excesso de Estado e excesso de direitos, “procurando, com esse argumento, ceder aos interesses do mercado”.
Na ótica de Clemente Ganz, o debate correto seria as forças sociais “definirem um modelo de como produzir riqueza, financiar o Estado para que cumpra seu papel e distribuir renda”. O que não pode, ele comenta, é a economia brasileira ser interditada pela crise política e o País continuar pagando “um custo vergonhoso pela dívida pública, um assalto ao Estado brasileiro”.
Constituição - O diretor-técnico do Dieese alerta que a ofensiva conservadora nacional mira conquistas da Constituição e seu escopo de proteção social. Os ricos fogem dos impostos que visam financiar essa proteção. “Muitos preferem a reforma fiscal pela via panamenha”, critica.
Posições - A série da Agência Sindical sobre a “Ponte” de Temer repercutiu as posições de Antônio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Diap; Luis Nassif, jornalista especializado em economia; Milton Cavalo, sindicalista metalúrgico de Osasco e da Força, coordenador nacional do Movimento Sindical do PDT; Sérgio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba/Força Sindical; e Clemente Ganz Lúcio, sociólogo e diretor-técnico do Dieese.

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